A broca-da-cana (Diatraea saccharalis), uma das principais pragas que afetam os canaviais brasileiros, continua representando um desafio significativo para a indústria sucroenergética. Suas infestações têm impacto direto na produtividade agrícola e no processamento industrial, comprometendo a eficiência e a rentabilidade do setor.
Ao se alimentar do interior dos colmos, a broca-da-cana causa prejuízos que vão além da perda de peso na matéria-prima. Os danos físicos resultam em uma maior suscetibilidade da planta a infecções por fungos e bactérias, o que compromete a qualidade da cana processada. Esse efeito se reflete diretamente na redução da extração de sacarose e no aumento da formação de compostos indesejados, como os açúcares redutores, que prejudicam a cristalização do açúcar e afetam a eficiência das usinas.
Segundo especialistas, o impacto econômico é expressivo. Em canaviais com altos níveis de infestação, os prejuízos podem chegar a bilhões de reais anualmente, considerando as perdas na produção de açúcar, etanol e energia. Além disso, o aumento nos custos de manutenção industrial, causado pela necessidade de ajustar processos para lidar com a matéria-prima comprometida, é uma preocupação crescente para os gestores das usinas.
Medidas de controle e mitigação
O controle da broca-da-cana exige estratégias integradas, que incluem manejo biológico e químico. A utilização do parasitóide Cotesia flavipes tem se mostrado uma das ferramentas mais eficientes e sustentáveis no combate à praga. Além disso, programas de monitoramento contínuo, aliados ao uso de variedades de cana resistentes, são fundamentais para reduzir a infestação e minimizar seus impactos.
Apesar dos avanços, especialistas alertam que o enfrentamento da broca-da-cana requer investimentos contínuos em tecnologia e pesquisa. A introdução de novas técnicas de controle, como o uso de drones para monitoramento e a aplicação de defensivos, pode contribuir significativamente para mitigar os prejuízos e garantir a competitividade do setor no mercado global.
A indústria sucroenergética, como uma das mais importantes da economia brasileira, depende de ações eficazes para controlar a broca-da-cana e preservar sua produtividade. Além de enfrentar os desafios climáticos e logísticos, lidar com pragas como essa é crucial para manter a liderança do Brasil como maior produtor de açúcar e etanol do mundo.
Fonte: Com informações da Pecege
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