Nesta quinta-feira (31), em uma ação para fortalecer o setor cafeeiro e impulsionar a economia rural regional, o Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, lança o Programa Estadual de Incentivo ao Cultivo de Coffea Canephora.
A iniciativa, que visa revitalizar a cafeicultura na região Centro-oeste, Oeste e Noroeste do estado, oferece alternativas para produtores rurais e amplia a competitividade do setor.
São Paulo já foi referência na produção cafeeira no país, como um dos principais estados produtores do café arábica. O programa tem como meta aumentar a produção do estado, incentivando o cultivo de um novo tipo de grão – canephora -, para atender à crescente demanda do mercado interno e internacional, fomentando a inovação, sustentabilidade ambiental e econômica da cafeicultura.
“O programa envolve o setor público e a iniciativa privada, aos moldes do que prioriza o governo paulista. Com os pesquisadores e técnicos da SAA e a colaboração do setor produtivo, a expectativa é de uma cafeicultura cada vez mais resiliente, com produtores com sustentabilidade ambiental e financeira e adaptada às mudanças climáticas“, afirma o secretário Guilherme Piai.
Com um modelo de gestão participativa, em uma parceria público-privada, o programa Coffea Canephora SP pretende ser uma referência nacional em políticas de incentivo à produção sustentável de café, assegurando uma governança eficiente e fortalecendo a integração entre os diversos integrantes do setor.
“O Canephora SP chega para fortalecer ainda mais o agronegócio. Como parte integrante da cadeia produtiva do café, temos muito orgulho de ter participado ativamente das ações para desenvolvimento do programa que vem para proporcionar mais crescimento à cafeicultura em São Paulo”, ressalta Neto Colombo, diretor de Operações da Indústrias Colombo.
Confira as diretrizes do Programa Estadual de Incentivo ao Cultivo de Coffea canephora no Estado de São Paulo:
- Validar e difundir tecnologias relacionadas ao cultivo do Coffea canephora, adaptadas às condições edafoclimáticas, especialmente do Oeste Paulista;
- Estimular a produção de mudas de alta qualidade genética e fitossanitária, garantindo a sustentabilidade dos cultivos;
- Implementar vitrines tecnológicas e áreas piloto em localidades estratégicas, visando demonstrar práticas recomendadas e resultados obtidos;
- Capacitar técnicos e produtores rurais por meio de palestras, treinamentos, dias de campo e outros eventos de transferência de conhecimento;
- Promover parcerias público-privadas, incentivando a participação de empresas dos setores de torrefação, solubilização, máquinas, implementos, irrigação e comercialização.
Canephora
O café Canephora (conilon e robusta) é uma das duas principais espécies de café cultivadas, comercialmente, ao lado do café arábica. O Canephora representa cerca de 40% da produção mundial de café. Os maiores produtores de Canephora são o Vietnã, seguido de países como Brasil, Indonésia, Índia e Uganda. O Vietnã lidera o mercado global de exportação de robusta, com grande parte destinada à produção de café instantâneo.
Embora o Brasil seja mais conhecido pelo café arábica, a produção de Canephora vem crescendo, especialmente nos estados do Espírito Santo, Bahia e Rondônia. Aproximadamente 30% da produção de café no Brasil é de Canephora. O ES responde por cerca de 65% do Canephora produzido no Brasil, seguido por RO e BA e agora, a partir desse Programa, São Paulo poderá a médio prazo começar a figurar nessa estatística.
A demanda por café Canephora vem crescendo em âmbito mundial, especialmente para o mercado de café solúvel e como base para blends de café, devido a sua característica de proporcionar uma bebida mais encorpada e com menos acidez. Atualmente, o preço pago ao produtor está próximo do preço do café arábica e com sua produtividade superior torna-se um bom negócio e uma oportunidade para os produtores rurais paulistas.
Benefícios
O Canephora é mais adaptado a climas mais quentes e úmidos, tendo um bom desempenho em regiões com essas condições, como o oeste paulista. Em média, o Canephora tem uma produtividade 60% maior, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Fonte: Seagri/ SP
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