Mato Grosso do Sul possui 4,7 milhões de hectares de pastagens degradadas, com potencial de recuperação econômica, distribuídos em 38 mil imóveis. Esses dados foram apresentados durante uma reunião do comitê gestor do Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas (PNCPD), que contou com a participação da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc).
O PNCPD, criado pelo Governo Federal em dezembro de 2022, tem como objetivo coordenar políticas públicas para a conversão de pastagens degradadas em sistemas sustentáveis, incentivando práticas agropecuárias que contribuam para a captura de carbono. O programa pretende recuperar até 40 milhões de hectares de pastagens no Brasil em um período de dez anos.
Jaime Verruck, secretário da Semadesc, destacou a importância do programa para o desenvolvimento sustentável, mencionando que ele pode aumentar a produtividade da pecuária e preservar o meio ambiente sem a necessidade de desmatamento. Ele relembrou que, desde 1999, Mato Grosso do Sul já converteu 4 milhões de hectares de pastagens degradadas em áreas agrícolas e florestais. O estado, porém, ainda possui 12 milhões de hectares de pastagens degradadas, com 4,7 milhões viáveis para recuperação e uso em atividades como pecuária, agricultura e silvicultura.
Um estudo realizado no estado aponta que, dos 4,7 milhões de hectares a serem recuperados, 600 mil hectares podem ser destinados ao cultivo de soja, 3,7 milhões à intensificação da pecuária de corte, 1,3 milhão à pecuária leiteira, 1,6 milhão à silvicultura e 26 mil hectares ao sistema agroflorestal (SAF). O secretário Verruck também destacou o papel da agricultura familiar no processo, com 217 mil hectares em assentamentos identificados como aptos para sistemas agroflorestais.
O programa também busca atrair instituições financeiras e o mercado de capitais para financiar sua implementação. Verruck afirmou que, apesar de avanços, ainda há a necessidade de expandir as linhas de crédito para recuperação de pastagens, ressaltando a importância de buscar recursos internacionais com juros baixos e prazos longos.
“Precisamos de uma estratégia adequada para trazer financiamento competitivo e consolidar o caminho da expansão agrícola e pecuária do estado”, concluiu.
Fonte: Comunicação Semadesc
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