Para concentrar esforços para o financiamento das ações para mitigação dos efeitos devastadores da mudança do clima, delegados dos países-membros do G20 estão reunidos em Belém, nesta semana, para a terceira reunião da Força-tarefa para Mobilização Global contra a Mudança do Clima, que reúne as duas Trilhas do fórum. A cidade-sede da COP 30 (Convenção-Quadro da ONU sobre Mudança do Clima), em 2025, foi escolhida como palco para o fórum, antecipando as discussões globais no próximo ano sobre o tema.
Para a embaixadora Tatiana Rosito, coordenadora da Trilha de Finanças do G20, a mitigação dos riscos climáticos também tem ganhado atenção nos debates de ministérios de Finanças e presidentes de Bancos Centrais dos países-membros para chegar a medidas que possam ser implementadas a nível global. Ela destacou a necessidade de atuar na agenda de adaptação às mudanças climáticas para melhorar a resiliência da infraestrutura, das capacidades institucionais e dos fluxos financeiros dos países.
“Estamos tratando dessa revisão da ação global concentrada em fortalecer a capacidade de planejamento e de implementação. Tudo isso tem uma relação também com a COP 30, porque nós queremos fortalecer a capacidade dos países de implementar as NDCs (Nationally Determined Contribution) mais ambiciosas que também serão aqui abordadas”, explicou a embaixadora brasileira.
De acordo com Ana Toni, secretária de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente do Brasil, o país convive simultaneamente com três desastres ambientais provocados pelas alterações no clima: as inundações no Sul; as queimadas na região do Pantanal e as inundações na região Amazônica. Para ela, o cenário salienta o compromisso e os investimentos do governo federal para combater a crise climática no país. Sobre o papel do G20, Toni salientou que os países-membros do fórum são responsáveis por 80% das emissões e dos meios financeiros para implementação das ações anti-mudanças do clima e precisam se engajar na “responsabilidade curativa” para enfrentar a crise.