Até agosto de 2024, a balança comercial de frutas e hortaliças frescas no Brasil apresenta déficit, um fato incomum, segundo análise da equipe da *Hortifruti Brasil*, do Cepea (Esalq/USP). Embora as exportações de muitas frutas estejam em alta, as importações têm crescido ainda mais, impulsionadas pela aquisição de produtos como pera, kiwi e frutas de caroço, que não são amplamente produzidos no Brasil. Em alguns casos, frutas que o país já cultiva, como maçã, uva e laranja, também estão sendo importadas para complementar a produção doméstica, que tem sido insuficiente.
O déficit atual quebra uma tendência observada desde 1997, ano em que a série histórica do Comex Stat começou a ser registrada. Naquele ano, o Brasil apresentou saldo negativo na balança de frutas, cenário que se repetiu apenas em 1998 e 2014. No entanto, espera-se que esse quadro seja revertido até o final de 2024.
As exportações de frutas como manga, melão, melancia e lima ácida tahiti são esperadas para impulsionar um superávit modesto até o final do ano, apesar de o crescimento das importações permanecer forte, especialmente no que se refere às frutas que o Brasil não cultiva em larga escala.
Já no setor de hortaliças, a balança continua deficitária, conforme esperado, pois o Brasil tradicionalmente importa mais hortaliças do que exporta. Produtos como tubérculos e raízes são fortemente demandados no mercado interno, e o país frequentemente recorre a fornecedores externos para atender essa demanda.
A equipe do Cepea projeta que, considerando o desempenho positivo de exportações de frutas no restante do ano, há chances de que a balança comercial de frutas frescas feche 2024 com superávit. Contudo, o saldo positivo ainda deve ser modesto, dado o aumento expressivo nas importações.
Portanto, apesar do déficit até o momento, a expectativa é de um leve superávit ao final do ano, sustentado por boas perspectivas para algumas culturas específicas, principalmente voltadas à exportação.
Com informações do Cepea
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