O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, criticou o uso de defensivos agrícolas no Brasil e comparou com a liberação em outros países, como Alemanha e os Estados Unidos. O chefe do executivo disse estar aberto para conversar com a Bancada Rural, líderes de partidos, com Embrapa e também com empresários do setor para debater o uso desses defensivos no país.
No último levantamento divulgado pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), em 2021 foram aplicadas 719 mil toneladas de pesticidas contra pestes em lavouras nacionais. O uso de defensivos agrícolas no Brasil, sempre foi considerado polêmico e reacendeu após declaração do presidente Lula.
“Não é possível que 80% do pesticida proibido na Alemanha possa ser vendido aqui, no Brasil”, disse o presidente.
As declarações levantam novamente o debate sobre os defensivos agrícolas que, segundo especialistas, são ferramentas essenciais para garantir a produtividade no agronegócio brasileiro. O setor representa cerca de 25% do PIB nacional e é fundamental para a segurança alimentar do país.
De acordo com a Croplife Brasil, entidade que representa a indústria de defensivos, o setor segue regras rígidas de aprovação e comercialização de produtos que são submetidos a uma análise minuciosa de órgãos federais.
“Antes que os produtos sejam disponibilizados aos produtores, é preciso, inicialmente, a análise e aprovação da Anvisa – que faz as análises toxicológicas, depois uma análise pelo Ibama – que faz as análises referentes aos impactos ambientais e, finalmente, o Ministério da Agricultura – que analisa a eficiência agronômica desses produtos”, explica o presidente da Croplife, Eduardo Leão.
Consumo – Segundo dados do Banco Mundial, considerados a quantidade de quilos aplicados por hectares de lavouras, o Brasil ocupa a posição de segundo maior consumidor de fertilizantes, ficando atrás da China.
Importação – Em levantamento divulgado pela FAO, o Brasil é o maior importador de fertilizantes do mundo, consumindo 18% das importações mundiais.
No final de 2023, Lula sancionou a nova lei que acelera o tempo de análise para a liberação de defensivos agrícolas, mas a lei ainda não foi regulamentada.
Como opção para consumo, o presidente Lula sugeriu o uso de bioinsumos.
“As pessoas sabem que utilizar bioinsumo é muito mais fácil. Utilizar coisas que garantam uma produtividade saudável é muito mais interessante para todo mundo”, afirma Lula.
*Reportagem de Naiane Carvalho/ Edição Maria Luisa Praxedes
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