Governo Federal, e o Instituto Clima e Sociedade (iCS) e o Instituto Ibirapitanga promoveram, nesta quinta-feira (5.09) a mesa de redonda “Perspectivas de ação climática para a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza” no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro. O evento reuniu representantes de governo, sociedade civil, entidades privadas e organismos internacionais para debater formas de superar obstáculos que colocam a humanidade em situação de insegurança alimentar e vulnerabilidade social.
No encontro, a secretária nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Lilian Rahal, falou sobre a importância da Aliança Global, que deve ser lançada em novembro, durante a Cúpula dos Líderes do G20, no Rio de Janeiro. Aberta a países e instituições, a iniciativa busca coordenar ações e parcerias técnicas e financeiras para apoiar a implementação de programas nacionais nos países que aderirem à proposta, escolhidos a partir de uma cesta de experiências exitosas em políticas de combate à fome e à pobreza.
Entre medidas exitosas adotadas no país para enfrentar as desigualdades sociais, Rahal citou o Programa Cisternas, que promove o acesso à água para consumo humano e produção de alimentos através da implementação de tecnologias sociais.
“Ele agora entra na Amazônia para oferecer água de qualidade para as populações”, afirmou.
Além disso, falou sobre o papel da assistência social diante da situação dramática causada pela seca e pelas enchentes em todo país.
“O governo brasileiro vem se esforçando para ter uma rede assistencial que ajude as populações impactadas pelas mudanças climáticas, para que possam viver de maneira digna e não se submetam a situações de insegurança alimentar ou de vulnerabilidade social”, destacou.
Rahal também explicou a necessidade de políticas públicas estratégicas para diminuir a insegurança alimentar.
“Nós precisamos ofertar comida de verdade e o Governo vêm fazendo diversos esforços para oferecer isso”, enfatiza. “Há novos desafios para que possamos seguir enfrentando e compartilhando as experiências e é pra isso que estamos aqui hoje”, concluiu.
Já o embaixador André Corrêa do Lago enfatizou como o clima afeta a produção de alimentos e o seu consumo. “Por mais que sejamos uma potência agrícola, é muito real o quanto precisamos de mais ciência para termos mais dados”, analisou. “Nós precisamos ter cada vez mais artigos e trabalhos que tragam perspectivas do mundo tropical”, completou.
Participação popular
Para Elisabetta Recine, presidenta do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), a participação popular é essencial para enfrentar as crises das mudanças climáticas, a fome e a pobreza.
“O enfrentamento só se dá com o suporte e com o apoio das forças legítimas populares”, defende. “As transformações precisam ser feitas a partir de quem sofre as piores consequências das desigualdades e crises climáticas. São esses grupos que possuem as verdadeiras soluções”, afirma.
Aliança Global
O coordenador-geral de Segurança Alimentar e Nutricional do Ministério das Relações Exteriores e co-coordenador da Força-Tarefa do G20 para a criação da Aliança Global, Saulo Ceolin, também participou do debate e explicou que a Aliança é uma das prioridades do governo brasileiro na presidência do G20.
“A Aliança está estruturada em torno de uma cesta de políticas, que são políticas públicas e inspiradas nas que o Brasil já implantou com sucesso”, ressaltou, ao lembrar do Bolsa Família.
Ceolin lembrou ainda que muitos países exigiram que todas as políticas colocadas na cesta tivessem relação com o clima.
“A questão do clima é essencial no combate à fome e à pobreza”, ponderou.
A mesa redonda foi um evento paralelo à Quinta Conferência Global de Sinergias entre o Combate à Mudança Climática e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, realizada no Museu do Amanhã.
Com informações de Gov.br
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