O governo federal liberou R$20 milhões para o programa Recupera Rural RS, de forma a impulsionar as ações emergenciais que já estão sendo desenvolvidas pela Embrapa, com o apoio de parcerias estratégicas, em prol da recuperação da agropecuária gaúcha. O montante inclui recursos para custeio e investimento e já foi repassado às sete Unidades da Região Sul – Clima Temperado, Florestas, Pecuária Sul, Soja, Suínos e Aves, Uva e Vinho e Trigo – com base no projeto “Plataforma para mitigação de efeitos climáticos adversos na agropecuária da região Sul do Brasil para o enfrentamento das consequências das enchentes e das mudanças climáticas”.
Segundo a presidente, Silvia Massruhá, o tema foi priorizado pela Presidência e Diretoria-Executiva desde maio, momento em que a crise climática estava em seu ápice no estado. A primeira iniciativa foi a realização de uma reunião com todos os gestores da Embrapa, especialmente os da Região Sul, para iniciar um diagnóstico e elaborar um plano de ação integrado para o RS, coordenado pela Diretoria de Pesquisa e Inovação.
“Simultaneamente, mobilizamos parceiros e esforços para colocar a ciência à disposição da Região Sul, especialmente no que se refere à busca de soluções e mecanismos que permitam mitigar e antever situações climáticas extremas”, destaca.
A presidente e o diretor de Pesquisa e Inovação, Clenio Pillon, explicam que o repasse desse recurso extraordinário é resultado de uma forte articulação entre a Diretoria-Executiva da Embrapa, a Casa Civil, o Gabinete Itinerante do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), outros ministérios parceiros, e a Secretaria Extraordinária para apoio à reconstrução do Rio Grande do Sul, coordenada por Paulo Pimenta, e criada em maio deste ano pelo Presidente Lula para auxiliar o governo estadual e as prefeituras municipais na recuperação do estado atingido por chuvas e enchentes.
A proposta do Plano Recupera Rural RS envolve parceiros em níveis municipal, estadual e federal (veja mais informações no quadro abaixo). Além das Unidades da Região Sul, participam também outras três UDs: Solos, Pantanal e Territorial.
Pillon destaca que todas as ações referentes à recuperação do estado estão sendo desenvolvidas a partir da plataforma colaborativa regional do Sul, uma modelagem inovadora de articulação e integração de desafios e agendas, para abarcar temas e prioridades comuns entre as Unidades, de forma colaborativa e descentralizada. “O tema da plataforma, elencado pelas UDs locais, já era voltado à mitigação de efeitos climáticos na agricultura e o fato de estar em funcionamento quando aconteceu a catástrofe climática facilitou demais a organização, definição e desenvolvimento de ações emergenciais em prol da recuperação das áreas rurais mais atingidas”, complementa.
Waldyr Stumpf, chefe-geral da Embrapa Clima Temperado, unidade que lidera a plataforma, endossa a afirmação do diretor. Segundo ele, o fato de a construção da plataforma colaborativa já estar sendo discutida desde dezembro de 2023 facilitou muito a organização das equipes para enfrentamento dos prejuízos causados pela crise climática na região Sul. O tema da plataforma, acordado por todas as unidades da região, é a mitigação de efeitos climáticos adversos na agropecuária.
“Na verdade, o que vivemos nos meses de abril e maio foi uma situação extrema, mas outros episódios de seca, chuvas, geadas e ventos têm sido recorrentes e, por isso, já vínhamos discutindo ações preventivas da Embrapa para amenizar os impactos. A agricultura preventiva é uma das tendências mais importantes no contexto atual”, complementa.
Essas ações permitiram à Embrapa se antecipar e começar a discutir soluções em prol da recuperação da agropecuária do estado, antes mesmo de o decreto do governo do Rio Grande do Sul (nº 57.646) entrar em vigor no dia 30 de maio. O documento aponta 95 municípios em estado de calamidade por inundações e deslizamentos de terra, especialmente nas bacias hidrográficas do Rio Guaíba e da Lagoa dos Patos.
Segundo dados da Emater/RS, 206 mil estabelecimentos rurais foram atingidos, sendo 90% de propriedade de agricultores familiares. Desses, 4 mil foram afetados por deslizamento de terra, o que ocasionou perda total de solos e de produção agropecuária, incluindo pomares, estábulos e moradias, entre outras instalações.
Mais R$ 80 milhões
O diretor de P&I observa que o recurso extraordinário será utilizado para financiar as ações emergenciais até o final de 2024. “Ainda este ano, será solicitado um novo montante para execução das ações estruturantes, previstas no Programa Recupera Rural RS, até 2026”, salienta.
Nesse sentido, a diretora Selma Beltrão, de Pessoas, Serviços e Finanças, ressalta a importância de que as unidades envolvidas no Recupera Rural RS trabalhem com um cronograma de execução real desse orçamento, de forma a apontar o que será gasto e liquidado com cada ação prevista para o programa nos próximos 30 a 90 dias.
“A execução adequada desse recurso extraordinário vai possibilitar que a Embrapa negocie com o governo a liberação dos outros R$ 80 milhões previstos para as ações estruturantes a serem realizadas na região, especialmente no estado do Rio Grande do Sul”, esclarece a gestora.
O montante extraordinário repassado pelo governo federal será utilizado também para reconstruir e restaurar áreas de pesquisa, como laboratórios e campos experimentais, nas unidades mais afetadas pelos efeitos climáticos, como é o caso da Embrapa Uva e Vinho. Para o chefe-geral da Unidade, Adeliano Cargnin, o repasse desse valor é de fundamental importância para impulsionar as ações de campo já iniciadas na Região, especialmente para diagnosticar in loco as perdas referentes à recuperação dos solos e produção de alimentos.
Além disso, como destaca Cargnin, os recursos serão investidos na modernização das estruturas de PD&I das Unidades envolvidas, não só das mais afetadas pelas enchentes e deslizamentos, como também das demais participantes, para a compra de equipamentos e outros insumos necessários ao desenvolvimento das ações em prol da recuperação da agropecuária gaúcha.
Esse valor se soma aos recursos do SEG, de R$500 mil, para o projeto da plataforma colaborativa, liberados no dia 16 de julho. Foi o primeiro aporte autorizado para as plataformas colaborativas regionais, o que consolida a urgência da Embrapa em contribuir com o processo de recuperação da agropecuária do Rio Grande do Sul.
Fonte: Embrapa
Fique por dentro das principais notícias do Agro no Brasil e no mundo!
Siga o Agromais nas redes sociais: Twitter | Facebook | Instagram | YouTube.
Tem uma sugestão de pauta? Nos envie pelo e-mail: agromaisproducao@gmail.com.
Acompanhe nossa programação 24 horas na TV — Claro: Canal 189 e 689 | Sky: Canal 569 | VIVO: 587