O Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR) do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) começou a operar, pela primeira vez, o Zoneamento Agrícola de Risco Climático em Níveis de Manejo (ZarcNM). A fase piloto, focada inicialmente na cultura da soja no Paraná, utiliza uma metodologia da Embrapa para premiar financeiramente produtores que adotam boas práticas de manejo.
Vinte e nove áreas de produção, totalizando cerca de 2.400 hectares, aderiram à iniciativa e contrataram seguro rural, acessando percentuais diferenciados de subvenção de acordo com o nível de manejo adotado.
A metodologia ZarcNM permite classificar talhões em quatro Níveis de Manejo (NM), baseada em indicadores objetivos, verificáveis e auditáveis. O objetivo é quantificar de forma mais individualizada o risco de cada área, incentivando práticas que tornam a agricultura mais resiliente à seca.
Quanto melhor o nível de manejo, maior a subvenção do seguro:
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Cerca de 5% da área piloto foi classificada no Nível 4, o melhor da escala, garantindo uma subvenção de 35% no valor do seguro rural.
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A maior parte, 57% da área, ficou no Nível 2, com 25% de subvenção.
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A classificação Nível 1 (padrão do PSR) teve 11% da área, com 20% de subvenção.
Diego Almeida, diretor do Departamento de Gestão de Riscos do Mapa, afirmou que o novo formato deve se tornar permanente e a expectativa é ampliar o programa para outros estados, começando com a soja e, posteriormente, incluindo o milho.
O pesquisador José Renato Bouças Farias, da Embrapa Soja, destaca que o aprimoramento do manejo do solo é determinante para aumentar a infiltração e disponibilidade de água, reduzindo significativamente o risco de perdas por déficit hídrico.
As práticas conservacionistas, como as que usam a braquiária, rompem a compactação, aumentam a matéria orgânica e garantem umidade por mais tempo, sendo cruciais para culturas não irrigadas como a soja, especialmente diante de cenários climáticos desafiadores.
O modelo operacional considera seis indicadores, como o tempo sem revolvimento do solo, percentual de cobertura do solo (palhada) e diversificação de culturas nos últimos três anos, além de parâmetros de análise do solo como teor de cálcio e saturação por bases. Os dados são cruzados por uma plataforma digital da Embrapa, o Sistema de Informações de Níveis de Manejo (SINM), que usa sensoriamento remoto para a classificação.
O cooperado José Rogério Volpato, que investe em manejo sustentável, alcançou a classificação NM3 e ressalta a importância de “diferenciar os produtores que investem no manejo sustentável do solo”, vendo o ZarcNM como um incentivo para outros agricultores.
O cooperado José Henrique Orsini, que usou a braquiária para melhorar o solo e a palhada, classificou-se no NM2 e comentou.
“Faltava um seguro assim para reconhecer o trabalho do produtor que faz um bom manejo do solo”.
Com informações do Gov.br
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