Os novos membros da Procuradoria-Geral Federal (PGF) participaram, na última sexta-feira (26), de uma visita ao assentamento Oziel Alves III, em Planaltina, no Distrito Federal.
Idealizada pela Procuradoria Federal Especializada junto ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), PGF e a Escola Superior da Advocacia-Geral da União (AGU), a iniciativa faz parte do programa “Acolhida”, parte da capacitação teórica e prática dos novos membros das carreiras da AGU. Ao todo, participaram da visita 123 novos membros da PGF, além de dirigentes da instituição.
“[Essa iniciativa] objetiva basicamente mostrar a vocês um pouco do impacto de uma política pública institucional, governamental. Mas que sempre tem um apoio da nossa Procuradoria [PGF], no caso aqui do Incra, que é capaz de transformar a realidade de muitas e muitos cidadãos brasileiros”, explicou o subprocurador-geral federal, Igor Lins, aos novos servidores. “Esse é um aperitivo de muito do que vocês vão viver na vida profissional de vocês e [é importante] para que a gente entenda que para além dos nossos processos, dos nossos computadores, dos nossos papéis, letras, que existem vidas que são transformadas toda vez que uma política pública é feita e fomentada; e que para isso precisa do nosso trabalho, do nosso compromisso, que é muito mais que fazer um parecer, uma nota e uma defesa judicial. É viver essa realidade, é viver essa política pública, entender o gestor, entender as angústias e ajudar naquilo que é possível”, completou.
A procuradora-chefe do Incra, Maria Rita Reis, também ressaltou que a iniciativa da visita foi idealizada com a finalidade de mostrar aos novos procuradores federais como funcionam as políticas públicas defendidas e viabilizadas pelo órgão.
“[O objetivo] é mostrar o impacto que faz na vida das pessoas e a multiplicidade de políticas sociais também que são disponibilizadas para o público da reforma agrária”, enfatizou.
O assentamento
Um assentamento de reforma agrária é um conjunto de unidades agrícolas instaladas pelo Incra em um imóvel rural. Cada uma das unidades é destinada a uma família de agricultor ou trabalhador rural que não teria condições econômicas de adquirir um imóvel rural por conta própria.
Na visita, assentados compartilharam um pouco da história do local, que atualmente reúne mais de mil pessoas, e da produção agrícola desenvolvida pelos moradores. Também levaram os novos servidores para conhecerem algumas áreas onde são cultivadas as frutas e hortaliças que abastecem merendas de escolas públicas e também são comercializadas em Planaltina e Plano Piloto.
O produtor rural Janderson Barros explicou que o Oziel Alves II é o maior assentamento do Distrito Federal e existe há 22 anos.
“O local onde antes era só monocultura, antes era só uma pessoa que era dona dessa área que não produzia, hoje são 170 famílias”, disse.
Para ele, a iniciativa da AGU de recebe a visita dos novos procuradores federais é motivo de alegria.
“Acho muito interessante porque muitas das vezes a pessoa do serviço público está trabalhando em um determinado órgão, em uma determinada pauta, mas não conhece a realidade”, disse. “A gente recebe com muito carinho a AGU”, acrescentou.
Vivência prática
Um dos aprovados no último concurso que participou da visita, o procurador federal Matheus Mendes afirmou que o curso de formação é muito interessante por possibilitar esse conhecimento do dia a dia.
“E hoje está sendo bem mais interessante porque a gente está tendo essa vivência prática dentro desse assentamento que faz parte de uma das políticas públicas que a PGF vai trabalhar efetivamente. Essa é uma área que tenho muito interesse e a PGF foi um dos motivos pelos quais eu escolhi esse concurso e buscar essa aprovação: justamente poder trabalhar e contribuir de alguma forma nessas políticas públicas de assentamento, de reforma agrária. Vai agregar muito para a nossa carreira, com certeza, no futuro”, afirmou.
A procuradora federal Noemi Pinheiro também destacou a importância da visita. “A gente tem esse contato muito íntimo com o processo, mas a parte da pessoalidade em si, ela falta. Então, esse tipo de atuação, de chegar, conhecer aqui, conseguir visualizar a realidade da população e o que realmente é necessário dentro da aplicação de políticas públicas, é uma coisa muito interessante mesmo”, afirma.
O procurador federal Marcos Vinícius de Souza endossou a avaliação dos colegas.
“Acho que é imprescindível fazer o que estão fazendo, sobretudo no curso de formação, para moldar a nossa atuação no futuro”, pontua.
O procurador Giovanni Henrikus Reis também considerou a iniciativa louvável.
“Isso aumenta até a paixão na hora de falar, na hora de fazer, de trabalhar… Porque a gente está vendo que tem um impacto. Então essa iniciativa da PGF é muito louvável, de forma geral, para a gente entender e sentir na pele o que nosso trabalho está resultando”, finalizou.
Fonte: AGU
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