A economia brasileira registrou um crescimento de apenas 0,1% no terceiro trimestre de 2025 em comparação com o trimestre anterior, segundo o Monitor do PIB do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV). A pesquisa, divulgada nesta terça-feira (18), estima o Produto Interno Bruto (PIB) acumulado até o terceiro trimestre em R$ 9,370 trilhões.
No acumulado de 12 meses, o avanço foi de 2,5%, mas o desempenho trimestral e a variação nula na passagem de agosto para setembro sugerem uma forte perda de ritmo na atividade econômica.
A economista Juliana Trece, coordenadora da pesquisa, apontou que o setor de serviços e o consumo das famílias, os maiores componentes do PIB, ficaram estagnados, com pouca contribuição dos demais componentes para um desempenho mais forte.
A desaceleração do consumo das famílias é particularmente visível na análise interanual: o crescimento, que vinha acima de 3% desde 2021, caiu para apenas 0,2% no terceiro trimestre de 2025 em comparação com o mesmo período de 2024.
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O consumo de bens apresentou desempenho negativo, tanto em duráveis quanto em não duráveis.
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A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que mede a capacidade produtiva, recuou 0,4% na mesma comparação interanual, impactada pela fraqueza no setor de máquinas e equipamentos. É a primeira queda da FBCF desde janeiro de 2023.
Juliana Trece atribui a desaceleração do consumo e o recuo do investimento diretamente à política monetária. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) mantém a Taxa Selic em 15% ao ano, o maior patamar desde 2006, numa tentativa de frear a inflação que está há 13 meses acima do limite máximo da meta (4,5%). A economista explica que o efeito defasado dos juros está chegando de forma mais evidente no resultado do terceiro trimestre.
Em contraste com o mercado interno, as exportações cresceram 7% na comparação interanual, a maior alta desde maio de 2024. O crescimento foi generalizado, com destaque para a indústria extrativa, que contribuiu com 44% para o resultado total.
Trece ressaltou que o crescimento das exportações ocorreu mesmo sob a imposição do “tarifaço” americano, que cobra taxa de até 50% sobre alguns produtos brasileiros, indicando que a política protecionista dos EUA não teve um impacto global nas exportações brasileiras.
Apesar dos indicadores da FGV e do IBC-Br (que indicou recuo de 0,9% no terceiro trimestre), o resultado oficial do PIB referente ao terceiro trimestre de 2025 será divulgado pelo IBGE em 4 de dezembro.
Com informações da Ag. Brasil
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