Segundo Alckmin, o anúncio está “na direção correta” e reforça o diálogo diplomático conduzido pelo governo brasileiro. Ele destacou que o suco de laranja foi o produto mais beneficiado pela atualização. O item, nono na pauta de exportações do Brasil para os Estados Unidos, passa a entrar no mercado americano sem a sobretaxa.
“O suco de laranja foi para zero. É o mais beneficiado. Representa 1,2 bilhão de dólares em exportações”, afirmou.
A ordem executiva elimina a tarifa adicional sobre produtos como café, carne, sucos de frutas e outras frutas in natura — entre elas açaí, goiaba, abacaxi e banana. O vice-presidente explicou que a retirada da sobretaxa aumenta de 23% para 26% a fatia das exportações brasileiras livres de adicional tarifário, passando de US$ 9,4 bilhões para US$ 10,3 bilhões em valores de 2024.
Alckmin ressaltou o papel das articulações diplomáticas recentes, incluindo encontros do presidente Lula com o presidente Donald Trump e reuniões do chanceler Mauro Vieira com o secretário de Estado americano, Marco Rubio.
“A ordem executiva foi positiva e vamos continuar trabalhando. O diálogo tem avançado e esperamos reduzir ainda mais as tarifas”, disse.
Entre os itens que seguem com taxação elevada, o café permanece sujeito à tarifa de 40%. Para Alckmin, o nível é injustificado. Ele lembrou que o Brasil é o maior fornecedor de café arábica para os Estados Unidos.
“Ainda é alta. Não faz sentido. Vamos trabalhar para corrigir essa distorção e melhorar a competitividade”, afirmou.
O vice-presidente demonstrou otimismo com uma solução rápida para os impasses comerciais entre os dois países.
“Não tem tema proibido. O Brasil quer resolver. E resolver rápido. Estamos otimistas que teremos novos avanços.”
Durante a coletiva, Alckmin também destacou o desempenho do comércio exterior brasileiro. De janeiro a outubro, as exportações somaram 290 bilhões de dólares, recorde para o período. Somente em outubro, o crescimento foi de 9,1% na comparação anual. Ele também mencionou a abertura de quase 500 novos mercados e a ampliação dos acordos comerciais.
As tratativas seguem em andamento. Na quinta-feira (13), o chanceler Mauro Vieira esteve em Washington para encontro com Marco Rubio, que, segundo ele, demonstrou disposição para acelerar as negociações. Em outubro, Lula e Trump já haviam discutido o tema em Kuala Lumpur, na Malásia, em reunião que reforçou o compromisso de avançar na remoção de tarifas e sanções que afetam produtos brasileiros.