O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou nesta quinta-feira (6), em Belém (PA), o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês), durante a Cúpula do Clima da COP30. A iniciativa, liderada pelo Brasil, busca criar um mecanismo financeiro internacional para apoiar a conservação das florestas tropicais em mais de 70 países, conciliando preservação ambiental e desenvolvimento sustentável.
De acordo com Lula, o fundo é uma resposta concreta à falta de instrumentos eficazes de financiamento climático.
“As florestas valem mais em pé do que derrubadas. Elas deveriam integrar o PIB dos nossos países. Os serviços ecossistêmicos precisam ser remunerados, assim como as pessoas que protegem as florestas. Os fundos verdes internacionais não estão à altura do desafio”, afirmou.
O TFFF será um fundo de capital misto, com investimentos soberanos de países desenvolvidos e em desenvolvimento, além da participação da iniciativa privada. A meta inicial é captar US$ 25 bilhões em aportes governamentais e alcançar US$ 125 bilhões com o engajamento do setor privado.
Segundo o presidente, os lucros gerados pelos investimentos em projetos de alta rentabilidade serão divididos entre os países detentores de florestas tropicais e os investidores.
“Esses recursos irão diretamente para os governos nacionais, que poderão garantir programas soberanos de longo prazo. O fundo também garantirá que um quinto dos recursos seja destinado aos povos indígenas e comunidades locais”, destacou.
O monitoramento das áreas preservadas será feito por satélites, que permitirão verificar se os países mantêm o desmatamento abaixo de 0,5% — condição necessária para o recebimento dos recursos. Lula explicou que o fundo poderá pagar até US$ 4 por hectare conservado.
“Parece modesto, mas estamos falando de 1,1 bilhão de hectares de florestas tropicais distribuídos em 73 países em desenvolvimento”, disse.
O mecanismo será hospedado pelo Conselho do Banco Mundial e contará com um secretariado próprio, com modelo de governança voltado à transparência e à cooperação internacional. O Brasil já aportou US$ 1 bilhão no fundo, em setembro, durante o primeiro diálogo de apresentação do TFFF em Brasília.
“É simbólico que a celebração do seu nascimento seja feita aqui em Belém, rodeada de sumaúmas, açaizeiros, andirobas e jacarandás. Em poucos anos poderemos ver o fruto desse fundo. Teremos orgulho de lembrar que foi no coração da Floresta Amazônica que demos esse passo juntos”, concluiu o presidente.
Com informações da Ag. Brasil
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