O mercado spot de açúcar cristal no estado de São Paulo registrou forte retração na última semana, pressionado pela maior flexibilidade de algumas usinas nas negociações, especialmente para o produto com classificação Icumsa 180. Segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o Indicador CEPEA/ESALQ (Icumsa 130-150) encerrou a sexta-feira (16/5) cotado a R$ 136,94 por saca de 50 kg, uma queda de 3,07% em relação ao valor praticado no dia 9 de maio.
Na média semanal (de 12 a 16 de maio), o indicador recuou 2% frente ao período anterior, fechando em R$ 138,85 por saca. O movimento reflete uma postura mais agressiva de algumas unidades industriais, que têm demonstrado maior disposição para negociar lotes a preços menores, diante de uma moagem ainda abaixo do ritmo ideal neste início de safra 2025/26 e da necessidade de giro de caixa.
Apesar disso, usinas que operam com produto de maior qualidade, como o Icumsa 150, seguem mantendo firmeza nas pedidas. A pressão maior recai sobre o açúcar com padrão Icumsa 180, mais ofertado no mercado interno.
O comportamento de preços acompanha o contexto atual da produção no Centro-Sul, que, conforme já apontado pela Unica, registra atraso no processamento da cana-de-açúcar devido às chuvas persistentes em regiões como o oeste paulista, Mato Grosso do Sul e Paraná. Esse fator limita a oferta no curto prazo, mas não impede ajustes pontuais de preços por parte de usinas com estoques disponíveis.
O mercado segue atento aos desdobramentos da moagem e à dinâmica das exportações, que continuam com peso importante na formação dos preços domésticos. Além disso, o câmbio e a oscilação dos preços internacionais do açúcar em Nova York também influenciam as decisões comerciais das usinas brasileiras.
Com informações do Cepea
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