O Brasil dará um passo inédito na sustentabilidade da pesca marinha com o início da rastreabilidade eletrônica dos atuns e afins destinados à exportação. A iniciativa será formalizada no dia 8 de abril por meio de um acordo de cooperação técnica entre a Embrapa, responsável pelo Sistema Brasileiro de Agrorrastreabilidade (Sibraar), a Paiche Consultoria e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Com o projeto, o atum será o primeiro pescado rastreado da pesca marinha no país, colocando o Brasil em posição de destaque no cenário internacional ao adotar práticas de transparência e sustentabilidade em toda a cadeia produtiva do pescado.
A parceria une o conhecimento técnico da Embrapa em soluções digitais e ciber-físicas com a atuação do ICMBio na gestão de quatro Unidades de Conservação Federal, que juntas representam 25% da Zona Econômica Exclusiva do Brasil. A colaboração busca ampliar a adoção do Sibraar no setor pesqueiro, permitindo a rastreabilidade desde a captura do pescado no mar até o consumidor final. Todas as etapas do processo serão auditáveis, o que garante maior segurança alimentar, rastreabilidade e valorização do produto nacional nos mercados internacionais mais exigentes.
O projeto piloto contará com a participação das unidades da Embrapa Agroindústria de Alimentos, Agricultura Digital, Clima Temperado e Pesca e Aquicultura. A proposta envolve o rastreamento digital completo da cadeia produtiva do atum, promovendo o controle de qualidade, a certificação de origem e a conformidade com normas ambientais e sanitárias.
A analista ambiental Mônica Peres, coordenadora da área de Inovação na Pesca do ICMBio Grandes Unidades Oceânicas, destacou a importância da iniciativa.
“É um projeto ousado e um grande desafio, mas também representa um enorme avanço para incentivar a proteção da biodiversidade marinha”, afirmou.
Para o pesquisador Alexandre de Castro, da Embrapa Clima Temperado, estimular uma cultura de rastreabilidade é essencial para que o consumidor conheça a procedência do pescado que consome.
“Isso também agrega valor competitivo ao setor pesqueiro nacional”, pontuou.
Cíntia Miyaji, consultora da Paiche, acrescenta que a rastreabilidade é uma exigência crescente em mercados conscientes.
“O comprometimento dos diferentes atores desta cadeia já é um grande passo para o sucesso do projeto e para a conservação dos recursos pesqueiros”, destacou.
A rastreabilidade não só fortalece a posição do Brasil como fornecedor confiável e sustentável de pescado, como também impulsiona a economia da cadeia produtiva e estimula práticas mais responsáveis na exploração dos recursos marinhos.
Por Cristiane Ferreira
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