O Governo de Santa Catarina e o Porto de Itapoá firmaram uma parceria inédita para a dragagem e aprofundamento do canal de acesso à Baía da Babitonga. O projeto, assinado nesta sexta-feira (21) pelo governador Jorginho Mello, representa um marco para a infraestrutura portuária brasileira ao unir um porto público e um privado em uma obra desse porte.
O investimento total será de R$ 324 milhões, permitindo a atracação de navios de até 366 metros, aumentando a capacidade de carga de 10 mil para 16 mil TEUs (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés).
Infraestrutura para a navegação do futuro
Para o governador Jorginho Mello, a iniciativa coloca Santa Catarina em um novo patamar de competitividade.
“Com o aprofundamento do canal, nos tornamos tão atrativos quanto o Porto de Santos. Isso gera benefícios para transportadores, exportadores, municípios e, principalmente, mais empregos”, destacou.
O secretário de Estado de Portos, Aeroportos e Ferrovias, Beto Martins, reforçou a relevância do projeto diante das transformações no setor marítimo.
“As companhias estão modernizando suas frotas e precisarão de portos preparados para receber embarcações maiores. Essa obra nos posiciona à frente dessa demanda”, explicou.
O presidente do Porto de Itapoá, Ricardo Arten, comemorou os impactos da ampliação.
“O que foi assinado hoje vai mudar a logística catarinense. Com dois metros a mais de profundidade, serão movimentados até 130 mil contêineres a mais por mês, garantindo mais competitividade para a indústria e exportadores”, afirmou.
Modelo inovador de financiamento
A obra será financiada por meio de uma Parceria Público-Privada (PPP). O Porto de São Francisco do Sul investirá R$ 24 milhões, enquanto o Porto de Itapoá aportará R$ 300 milhões. Esse valor será ressarcido gradualmente até 2037, com base no aumento da movimentação de cargas e no acréscimo de tarifas portuárias geradas pela modernização.
Destinação sustentável dos sedimentos
Outro destaque do projeto é o reaproveitamento de parte dos 12,5 milhões de metros cúbicos de sedimentos dragados. Em vez de serem descartados no mar, os materiais serão utilizados para o alargamento da faixa de areia de Itapoá, combatendo a erosão costeira e impulsionando o turismo local.
“Será a primeira vez no Brasil que sedimentos de dragagem portuária serão usados para engordamento de praia, o que pode se tornar um modelo nacional para projetos futuros”, explicou Cleverton Vieira, presidente do Porto de São Francisco do Sul.
Cronograma e impacto econômico
O edital para a escolha da empresa responsável pela obra já está disponível e a sessão de abertura das propostas está prevista para junho. As obras devem começar em 2025, com conclusão estimada para 2026.
O Complexo Portuário da Baía da Babitonga é responsável por mais de 60% da movimentação portuária de Santa Catarina. O Porto de São Francisco do Sul movimentou 17 milhões de toneladas em 2024, enquanto o Porto de Itapoá registrou um crescimento de 19%, atingindo 1,2 milhão de TEUs.
Com a modernização da infraestrutura, Santa Catarina reforça sua posição estratégica no comércio exterior, garantindo mais eficiência e sustentabilidade para o setor portuário.
Por Cristiane Ferreira
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