A Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) comentou, nesta sexta-feira (21), o levantamento divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou na segunda-feira (18), o qual divulgou os números definitivos do abate de suínos em 2024. Segundo o órgão, o setor registrou crescimento tímido de 1,2% na comparação com 2023, totalizando 684,2 mil cabeças a mais, o equivalente a 31,5 mil toneladas adicionais de carcaças.
Santa Catarina e Paraná, líderes na produção, tiveram retração no volume abatido, enquanto Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Espírito Santo e Ceará apresentaram crescimento superior a 2%. Pela primeira vez em 10 anos, houve queda na disponibilidade de carne suína para o consumo interno, reflexo do aumento das exportações e da estabilidade na produção.
O consumo per capita em 2024 foi estimado em 19,52 kg/habitante/ano, um crescimento de 35% na última década, consolidando a carne suína como a proteína animal que mais expandiu sua presença na dieta dos brasileiros.
Exportações de carne suína crescem 12,4% no primeiro bimestre de 2025
Para o IBGE, a tendência de crescimento das exportações deve continuar em 2025. Apenas nos dois primeiros meses do ano, o Brasil exportou 12,4% a mais de carne suína in natura do que no mesmo período de 2024. Países como Filipinas, Japão e México ampliaram suas compras, compensando a redução gradual das importações da China, que já vinha sendo observada desde o ano passado.
Apesar do bom desempenho no mercado externo, os preços internos da carne suína recuaram na primeira quinzena de março, revertendo a alta registrada em fevereiro. O valor do suíno vivo caiu para R$ 8,00/kg na Bolsa de Suínos de Belo Horizonte, patamar semelhante ao de janeiro deste ano.
Custo de produção sobe com alta do milho
A alta no custo dos insumos, especialmente o milho, tem pressionado os custos de produção das granjas. Embora a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) tenha previsto um leve aumento na safra 2024/25, cerca de 80% da produção de milho depende da segunda safra, que ainda está em fase de plantio e só será colhida a partir de junho. O mercado mantém a expectativa de queda nos preços do cereal para o segundo semestre, mas a atual cotação do milho na Bolsa de Mercadorias & Futuros (B3) para setembro ainda é de R$ 74,15/saca, indicando incertezas quanto ao comportamento do mercado nos próximos meses.
Segundo o presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), Marcelo Lopes, o setor enfrenta um primeiro semestre desafiador.
“Além da oscilação nas cotações do suíno, com recuo significativo em março, a taxa Selic elevada restringe o crédito tanto para o consumo quanto para novos investimentos. A alta do custo de produção, puxada pelo milho, também reduz as margens da atividade. No cenário internacional, a disputa comercial entre EUA e China pode abrir oportunidades para o Brasil ampliar as exportações de carne suína, mas, ao mesmo tempo, um possível aumento na venda de grãos para a China pode pressionar ainda mais os custos internos”, avalia.
Diante desse cenário, o setor suinícola brasileiro segue atento às movimentações do mercado externo e às variáveis climáticas que podem impactar a safra de milho, fatores que serão determinantes para a rentabilidade da atividade no restante do ano.
Por Cristiane Ferreira
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