O projeto de edição gênica desenvolvido pela Associação Brasileira de Angus e Ultrablack, em parceria com a Embrapa Gado de Leite, está prestes a registrar um marco importante. Entre o final de março e o início de abril, os primeiros cinco exemplares geneticamente editados devem nascer, resultado de um trabalho minucioso que busca aprimorar características da raça, como maior tolerância ao calor e resistência a doenças e parasitas.
As gestações estão sendo acompanhadas na unidade da Embrapa, em Juiz de Fora (MG), e fazem parte de uma iniciativa que pretende desenvolver animais mais adaptados às condições climáticas do Brasil. Segundo Luiz Sérgio de Almeida Camargo, pesquisador da Embrapa e membro suplente da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), a seleção dos reprodutores e a edição dos embriões tiveram início em 2024. Agora, o foco está no nascimento dos bezerros e na realização de testes para avaliar a eficiência da tecnologia aplicada.
“O processo de edição gênica utilizado neste projeto não é considerado transgenia, pois as características inseridas nos embriões poderiam ocorrer naturalmente por meio do cruzamento convencional. Isso está em conformidade com a regulação brasileira e de outros países, como Estados Unidos e Argentina”, explica Camargo.
Após o nascimento dos animais, a pesquisa seguirá com análises detalhadas, e os resultados serão submetidos à CTNBio para validação. O objetivo é obter o reconhecimento de que os bezerros editados geneticamente não são transgênicos, pois não contêm material genético de outras espécies.
A Associação Brasileira de Angus e Ultrablack, que lidera a iniciativa, reforça a importância de garantir que a tecnologia aplicada respeite as normativas vigentes.
“Nosso compromisso é evoluir a raça, proporcionando animais cada vez mais adaptados ao ambiente brasileiro, sem abrir mão da segurança e do cumprimento da legislação”, afirma José Paulo Cairoli, presidente da entidade.
O diretor-executivo da Associação, Mateus Pivato, destaca que a inovação genética é fundamental para o futuro da pecuária.
“Estamos investindo em tecnologia para melhorar a eficiência dos criadores. A edição gênica pode trazer avanços significativos na adaptação ao calor e na resistência a doenças, sem comprometer outras características desejáveis da raça. A expectativa é acompanhar o comportamento desses animais e validar os benefícios desse processo”, pontua.
A pesquisa também busca fortalecer o sistema imunológico da raça Angus e aprimorar sua resistência a enfermidades, garantindo ganhos produtivos e sanitários. A iniciativa faz parte de um esforço contínuo da Associação e da Embrapa para aliar inovação e sustentabilidade ao melhoramento genético da pecuária nacional.
Com informações da assessoria de imprensa
Fique por dentro das principais notícias do Agro no Brasil e no mundo!
Siga o Agromais nas redes sociais: Twitter | Facebook | Instagram | YouTube.
Tem uma sugestão de pauta? Nos envie pelo e-mail: agromaisproducao@gmail.com.
Acompanhe nossa programação 24 horas na TV — Claro: Canal 189 e 689 | Sky: Canal 569 | VIVO: 587