A balança comercial do Brasil registrou um déficit de US$ 323,7 milhões em fevereiro de 2025, resultado da queda nas exportações e do aumento expressivo nas importações. Segundo dados divulgados nesta sexta-feira (7) pelo Ministério da Economia, as exportações somaram US$ 22,93 bilhões no mês, um recuo de 1,8% em relação ao mesmo período de 2024. Já as importações cresceram 27,6%, totalizando US$ 23,25 bilhões.
No acumulado do primeiro bimestre do ano, as exportações somaram US$ 48,25 bilhões, uma queda de 3,6% em comparação ao mesmo período do ano anterior. As importações, por outro lado, cresceram 19,6%, alcançando US$ 46,32 bilhões. Com isso, o saldo comercial acumulado no ano ficou em superávit de US$ 1,93 bilhão, mas com uma redução expressiva de 82,9% em relação a 2024.
Desempenho por setor
O setor agropecuário apresentou leve crescimento de 1,3% em fevereiro, totalizando US$ 4,88 bilhões em exportações. Já a indústria extrativa sofreu uma queda significativa de 26,4%, chegando a US$ 4,25 bilhões. Em contrapartida, a indústria de transformação teve um crescimento de 8,1%, com exportações de US$ 13,66 bilhões.
Entre os produtos exportados, houve destaque positivo para trigo e centeio não moídos (+196%), café não torrado (+37,3%) e minérios de cobre (+33,8%). Por outro lado, os embarques de soja caíram 12,3%, os de milho não moído recuaram 16,7% e os de minério de ferro encolheram 36,6%.
Nas importações, o crescimento foi impulsionado pelo aumento das compras de produtos agropecuários (+30,4%) e de bens da indústria de transformação (+31,0%). A indústria extrativa foi a única a registrar queda (-18,9%).
Principais parceiros comerciais
A China continua sendo o principal parceiro comercial do Brasil, mas registrou uma queda de 21,1% nas compras de produtos brasileiros, totalizando US$ 5,43 bilhões. Por outro lado, as importações do país asiático cresceram expressivos 76,8%, alcançando US$ 8,06 bilhões, o que resultou em um déficit de US$ 2,63 bilhões para o Brasil.
Os Estados Unidos aumentaram suas compras de produtos brasileiros em 22,9% (US$ 3,20 bilhões), enquanto as importações cresceram 19,9% (US$ 3,34 bilhões), resultando em um pequeno déficit de US$ 140 milhões para o Brasil. Já as exportações para a Argentina cresceram 54%, totalizando US$ 1,44 bilhão, e as importações vindas do país vizinho aumentaram 47%, somando US$ 1,05 bilhão, o que garantiu um superávit de US$ 380 milhões.
Na União Europeia, o Brasil exportou US$ 3,11 bilhões, um crescimento de 2,8%, enquanto as importações avançaram 7,5%, chegando a US$ 3,71 bilhões. Isso resultou em um déficit de US$ 600 milhões na relação comercial com o bloco.
Perspectivas para os próximos meses
A redução do superávit comercial reflete o aumento da demanda por importações, impulsionado pela recuperação econômica e pelo fortalecimento da indústria nacional. No entanto, a queda nas exportações, especialmente de commodities agrícolas e minerais, pode ser um sinal de alerta para os próximos meses.
A expectativa do mercado é que a balança comercial se recupere ao longo do ano, impulsionada pela safra agrícola e pela recuperação da demanda externa. O comportamento do câmbio e a evolução da economia global também serão fatores determinantes para o desempenho do comércio exterior brasileiro em 2025.
Por Cristiane Ferreira
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