A produção de peixes de cultivo no Brasil atingiu 968,7 mil toneladas em 2024, um crescimento de 9,21% em relação ao ano anterior, quando foram produzidas 887 mil toneladas. O desempenho positivo demonstra a robustez do setor aquícola, que manteve sua trajetória de expansão mesmo diante de desafios no mercado.
Segundo Francisco Medeiros, presidente da Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR), a atividade soube enfrentar as adversidades e manteve o ritmo de crescimento.
“Em um ano marcado pela oscilação dos preços da tilápia, nossa espécie mais relevante, a atividade superou desafios e acelerou seu avanço, aproximando-se da marca de 1 milhão de toneladas”, afirmou.
Importação suspensa e desafios do mercado
Entre os desafios enfrentados em 2024, um dos principais foi a ameaça da importação de tilápia do Vietnã, o que gerou apreensão no setor. Após intensas negociações entre a Peixe BR e o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), a operação foi suspensa até que todos os riscos fossem analisados.
Medeiros também destacou que os preços da tilápia enfrentaram queda ao longo do ano, resultado da oferta elevada em relação à demanda. No entanto, os peixes nativos seguiram caminho oposto, com baixa oferta e melhores preços pagos aos produtores, principalmente no segundo semestre.
Exportações e investimentos impulsionam o setor
Apesar das dificuldades no mercado interno, o crescimento das exportações de tilápia foi um ponto positivo. O Brasil se tornou o segundo maior exportador de filé fresco para os Estados Unidos, subindo duas posições em relação a 2023.
Medeiros explicou que um dos fatores que impulsionaram esse avanço foi a desburocratização nas exportações, com a suspensão da exigência do Certificado Sanitário Internacional (CSI) para embarques de pescado para os EUA. A medida, fruto de negociações da Peixe BR com o Mapa e o FDA, reduziu barreiras e aumentou a competitividade da piscicultura brasileira no mercado internacional.
Outro destaque foi o intenso movimento de negócios nos últimos três meses de 2024, com aquisições e novos investimentos de empresas líderes, reforçando a confiança no potencial de crescimento do setor.
Perspectivas para 2025
As expectativas para 2025 são positivas, especialmente com possíveis avanços na regulamentação da atividade aquícola no Brasil. Medeiros destacou o Projeto de Lei 4.470/2024, que propõe a extinção do Registro Geral da Pesca (RGP) e a criação da Licença de Aquicultor, separando a piscicultura da atividade pesqueira tradicional.
O presidente da Peixe BR também ressaltou a importância da valorização do mercado consumidor.
“Mais do que nunca, é preciso conhecer mais para vender mais, além de estar presente em novos pontos de venda e desenvolver novos produtos. A oportunidade é imensa para a tilápia, os peixes nativos e outras espécies. Só depende de nós”, concluiu.
Com informações da Peixe BR
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