Teve início, na Embrapa Pesca e Aquicultura (Palmas-TO), um projeto de pesquisa que visa fornecer subsídios para futuros programas de melhoramento genético no centro de pesquisas. O projeto “Inovação genômica na aquicultura: estratégias de seleção para potencializar a produção sustentável do tambaqui (Colossoma macropomum)” pretende, no prazo de dois anos, avaliar o desempenho da espécie para selecionar os melhores exemplares nos aspectos de crescimento, resistência a frio e resistência à flavobactéria.
Os dados do projeto também irão municiar futuros estudos para melhor aproveitamento da carcaça do tambaqui, além de identificar quais linhagens apresentam melhor desempenho em viveiros escavados e tanques-rede, entre outras possibilidades de pesquisa.
“Além disso, esses animais serão direcionados futuramente para outras estratégias de melhoramento genético de precisão que a Unidade vem desenvolvendo”, destaca Licia Lundstedt, chefe de P&D da Embrapa Pesca e Aquicultura.
De acordo com Luciana Shiotsuki, pesquisadora da Embrapa Pesca e Aquicultura e líder do projeto, o objetivo é gerar um avanço significativo nos estudos de melhoramento de peixes nativos.
“Pretendemos identificar os tambaquis de melhor desempenho produtivo e compreender as regiões genômicas associadas a essas características”, explica ela. “O impacto potencial deste estudo é viabilizar um pacote tecnológico que impulsione a cadeia produtiva do tambaqui na indústria da aquicultura, com segurança alimentar, alta qualidade genética e valor agregado”, complementa.
O projeto integra os Eixos Temáticos do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia da Biodiversidade e Uso Sustentável de Peixes Neotropicais (INCT-Peixes), que congrega uma rede de universidades, empresas, institutos de pesquisa e outras entidades públicas e privadas, nacionais e internacionais. Essa rede busca ampliar o conhecimento sobre a biodiversidade dos peixes Neotropicais e sua sustentabilidade. A coordenação do instituto é da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), com a Universidade Estadual Paulista (Unesp) como principal parceira do Eixo Temático do projeto.
Milhares de peixes serão analisados
A população-base que será estudada é composta por 35 famílias (formadas por um pai e uma mãe diferentes), sendo que cada família gerará de três a quatro mil peixes. Parte dessa produção será enviada para a Unesp de Jabuticabal, onde serão selecionados os animais mais resistentes à flavobactéria. Outra parte será encaminhada para a Unesp, em Registro, para testar a resistência ao frio.
Luciana Shiotsuki destaca a importância da análise de resistência à flavobactéria.
“As enfermidades bacterianas podem causar elevadas taxas de mortalidade de peixes e, quando não provocam mortalidade, causam lesões que inviabilizam sua comercialização, gerando grandes prejuízos econômicos à piscicultura”, explica. “Uma das bactérias que mais impactam a piscicultura mundial é a Flavobacterium columnare, responsável pela coluna de doença, que afeta peixes de água doce, principalmente na fase de alevinos.”
Através do projeto, o grupo de pesquisa da Unesp realizará a caracterização de genótipos resistentes a doenças do tambaqui utilizando as famílias formadas na Embrapa, contribuindo para a identificação de famílias mais resistentes à doença. Isso possibilitará a formação de progênies (pais) com peixes mais sustentáveis e seguros, com a redução do uso de antibióticos.
“Selecionaremos os melhores indivíduos da população para se tornarem pais da próxima geração. Separaremos os peixes com melhor desempenho em crescimento, resistência ao frio ou doenças para serem reprodutores da próxima geração e descartaremos os demais. Assim, a cada geração, utilizando ferramentas de melhoramento clássico, conseguimos ganhos acumulativos”, conclui Luciana Shiotsuki.
Com informações da Embrapa
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