O preço do leite ao produtor registrou queda em outubro de 2024, encerrando o mês com média de R$ 2,8065 por litro, segundo a “Média Brasil” calculada pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada). Esse valor representa uma redução de 2,6% em relação ao mês anterior, mas uma alta de 36,2% frente ao mesmo período de 2023, considerando os valores ajustados pela inflação (IPCA).
A tendência de desvalorização deve se intensificar nos meses finais de 2024, acompanhando o avanço da safra e o aumento sazonal da oferta no campo. Pesquisas preliminares do Cepea indicam que a “Média Brasil” pode cair cerca de 5% em novembro, com projeção de novo recuo entre 4% e 5% para o leite captado em dezembro.
Estoques de Derivados e Preços no Atacado
No mercado de derivados lácteos, os preços também recuaram em novembro, conforme pesquisa do Cepea em parceria com a OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras). O leite UHT teve a maior queda, de 8,04%, sendo comercializado no atacado paulista por R$ 4,36/litro, em média. Já a muçarela e o leite em pó apresentaram quedas menores, de 2,65% e 0,67%, com preços médios de R$ 32,38/kg e R$ 31,28/kg, respectivamente.
Esse movimento de desvalorização foi impulsionado pela maior oferta de leite cru devido ao fim da estiagem, o que contribuiu para a recuperação dos estoques de lácteos. Apesar disso, a demanda aquecida na segunda quinzena de novembro evitou quedas mais acentuadas nos preços.
Comércio Internacional de Lácteos
As importações brasileiras de lácteos registraram uma leve alta de 0,48% em novembro frente ao mês anterior e de 2,76% em relação a novembro de 2023. Já as exportações cresceram 5,78% no comparativo mensal e 2% no anual. Com isso, o déficit da balança comercial em volume aumentou 0,4% de outubro para novembro, alcançando cerca de 204,6 milhões de litros em equivalente leite, com saldo negativo de US$ 88,6 milhões.
Custos de Produção
Os custos de produção na pecuária leiteira mantiveram a tendência de alta em novembro. O Custo Operacional Efetivo (COE) subiu 0,68% na “Média Brasil” (BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS), impulsionado principalmente pelos gastos com nutrição animal. No acumulado do ano, o COE registra aumento de 2,67%.
Esses fatores indicam um cenário de maior pressão sobre a rentabilidade dos produtores, ao mesmo tempo em que os preços no mercado apresentam desvalorização.
Fonte: Cepea
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