Na última quarta-feira (20), o CEO do Carrefour, Alexandre Bompard, anunciou que a empresa não comercializará mais carne proveniente do Mercosul, gerando uma onda de reações entre entidades do setor agropecuário brasileiro. O posicionamento foi considerado lamentável e infundado por diversas associações ligadas à produção e exportação de carne.
A ApexBrasil, agência responsável por promover as exportações brasileiras, manifestou seu descontentamento com a declaração de Bompard. Em nota, a entidade destacou que o Brasil, juntamente com seus parceiros do Mercosul, se consolidou como um dos principais fornecedores de proteína animal no mundo, assegurando a segurança alimentar de diversas nações. A ApexBrasil defendeu que não existem motivos razoáveis para restrições à carne produzida na região, enfatizando que a produção local segue rigorosos padrões sanitários e ambientais reconhecidos internacionalmente.
A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) também criticou a declaração, classificando-a como uma argumentação protecionista que distorce a realidade da produção de carne no Mercosul. A ABPA ressaltou que a carne brasileira atende a todos os critérios exigidos pelas autoridades sanitárias dos países importadores e que a visão protecionista de Bompard contraria os princípios do livre mercado. A associação alertou que essa postura pode levar a um aumento das emissões e à pressão inflacionária, afetando principalmente as classes menos favorecidas.
A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC) se juntou às críticas, afirmando que o posicionamento do Carrefour vai contra os princípios do livre mercado e fragiliza o próprio negócio da empresa. A ABIEC destacou que o Brasil é líder global na exportação de carne bovina e que a produção local não só atende à demanda interna, mas também segue normativas rigorosas de qualidade e segurança. A associação enfatizou que a decisão de Bompard pode prejudicar tanto o Brasil quanto a França, uma vez que o país europeu depende de diversas commodities brasileiras para seu abastecimento.
As entidades do setor agropecuário brasileiro defendem que, em um contexto de interdependência econômica, é fundamental promover a complementaridade e a competitividade, em vez de adotar posturas protecionistas que podem acirrar tensões no mercado global.
Com a aproximação de um potencial acordo entre Mercosul e União Europeia, as declarações do CEO do Carrefour levantam questionamentos sobre a direção das políticas comerciais e a necessidade de um maior entendimento entre os players do setor. As reações das entidades demonstram um forte apelo por um mercado mais aberto e justo, que reconheça a qualidade e a sustentabilidade da produção de carne no Brasil e no Mercosul.
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