Em um cenário de desafios, a cadeia produtiva da soja e do biodiesel deve registrar uma queda de 5,77% em seu PIB para o ano de 2024, somando R$ 521,3 bilhões. Essa redução ocorre após um expressivo crescimento de 22% em 2023 e está diretamente relacionada à quebra da safra de soja, impactando negativamente os agrosserviços. Os dados são de um levantamento do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), vinculado à Esalq/USP, em parceria com a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), que analisou informações até o segundo trimestre deste ano.
Considerando o desempenho do setor, a indústria, em especial a de biodiesel, deve proporcionar uma certa amenização dessa queda, prevendo um crescimento de 26,92%. Mesmo diante da diminuição, o PIB da cadeia deve superar os índices anteriores à pandemia, representando 20,8% do PIB do agronegócio nacional e 4,5% da economia brasileira.
Os preços do setor continuam a ser desfavoráveis comparados a 2023, embora uma leve melhora tenha sido observada no segundo trimestre. A previsão aponta uma queda de 17,1% nos preços relativos, resultando em uma diminuição de 21,88% na renda real.
Mercado de Trabalho em Queda
As perspectivas para o mercado de trabalho no segundo trimestre de 2024 também sinalizam um decréscimo, com aproximadamente 2,24 milhões de trabalhadores na cadeia da soja e do biodiesel, uma redução de 4% em relação ao mesmo período do ano anterior. Essa diminuição afeta a participação da cadeia produtiva no total de pessoas ocupadas no agronegócio (9,51%) e na economia em geral (2,23%). As quedas são especialmente notáveis nas áreas de produção de soja (-6,13%) e nos agrosserviços (-4,78%). Em contrapartida, segmentos como insumos (1,92%) e agroindústria (17,06%) estão apresentando aumento na quantidade de trabalhadores.
Comércio Exterior e Mudanças nas Exportações
No que diz respeito ao comércio exterior, as exportações da cadeia da soja e do biodiesel totalizaram 48,98 milhões de toneladas no segundo trimestre de 2024, refletindo uma redução de 3,71% em comparação ao mesmo período do ano passado. O valor exportado também caiu, totalizando US$ 24,24 bilhões, uma diminuição de 20,87%. Esse fenômeno decorre da baixa nos preços globais, à produção de soja reduzida no Brasil e ao aumento da demanda interna.
Analisando as exportações, se verifica um crescimento do volume enviado para a China (2,88%), Leste Asiático (8,56%), Oriente Médio (18,10%) e África (23,17%), regiões que, juntas, corresponderam a 75% do total exportado no segundo trimestre de 2024. Entretanto, as exportações para outras regiões, como a União Europeia (-3,26%), Sudeste Asiático (-9,89%) e América do Norte (-37,27%), mostraram queda significativa, representando apenas 20,54% do total neste período. Para os demais destinos, a diminuição foi ainda mais acentuada, com uma redução de 54,60%, indicando uma provável concentração das exportações.
Esses dados ressaltam a necessidade de atenção e adaptação nas estratégias da cadeia produtiva da soja e do biodiesel, buscando diversificação e resiliência diante dos desafios econômicos e climáticos que se apresentam.
*Com informações do Cepea
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