O Cup of Excellence (CoE), principal concurso de qualidade para café especial no mundo, que celebra seus 25 anos em 2024, definiu, no sábado, 26 de outubro, as 40 amostras, entre as 612 inscritas, que participarão da Fase Internacional do certame, que começou hoje, dia 28.
Até a próxima sexta-feira, 1º de novembro, na sede da entidade anfitriã Alta Mogiana Specialty Coffees (AMSC), em Franca (SP), 22 juízes internacionais, de 10 países, avaliarão esses lotes e definirão, com anúncio em cerimônia do dia seguinte, os vencedores da competição, que é realizada pela Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e a Alliance for Coffee Excellence (ACE).
No total, os 40 finalistas representam 33 municípios, que estão situados em 10 origens produtoras de quatro Estados do país. Na categoria Experimental, voltada a cafés que passaram por processo de fermentação induzida, os 12 lotes concorrentes foram produzidos nas regiões Café da Canastra (MG), Cerrado Mineiro (MG), Chapada Diamantina (BA), Mantiqueira de Minas (MG) e Região Vulcânica (SP).
A categoria Via Seca, que avalia os cafés naturais, secos com casca, tem 14 finalistas, que representam as origens Café da Canastra, Cerrado Mineiro, Mantiqueira de Minas, Matas de Minas (MG), Região Vulcânica e Sul de Minas (MG). Outras 14 amostras disputam a categoria Via Úmida (cafés despolpados, desmucilados e cerejas descascados) e foram produzidos nas regiões Café da Canastra, Campo das Vertentes (MG), Cerrado Mineiro, Chapada de Minas (MG), Chapada Diamantina, Matas de Minas e Montanhas do Espírito Santo (ES).
O diretor executivo da BSCA, Vinicius Estrela, comenta que o objetivo do Cup of Excellence, desde a sua criação, realizada por brasileiros, na região da Alta Mogiana, sede da atual fase internacional, há 25 anos, foi descobrir e apresentar ao mundo a diversidade da cafeicultura.
“Na virada de 1999 para o ano 2000, muito pouco se conhecia sobre a atividade cafeeira no Brasil. Após o primeiro concurso e o elevado prêmio pago aos vencedores no leilão, por compradores internacionais, o CoE incentivou o cultivo de cafés especiais, revelando novos produtores e novas origens cafeeiras. Hoje, o país tem milhares de cafeicultores e mais de 30 regiões que cultivam café especial, que são conhecidas e reconhecidas pelos compradores de todo o mundo através da mola propulsora do concurso e das ações de promoção complementares que realizamos nos principais eventos globais”, destaca.
Conforme ele, o Cup of Excellence estimulou a modernização no processo produtivo dos cafés do Brasil e em outros nações cafeeiras, além de fomentar o surgimento de entidades do setor de especiais e empresas compradoras, em todo o mundo, para adquirirem esses frutos de excelência.
“O CoE foi criado pela BSCA, no Brasil, e, nos anos seguintes, cedemos o direito de realização à ACE. Hoje, o concurso tem o passaporte carimbado em países das Américas Central, do Sul e do Norte, da África e da Ásia. O Cup of Excellence não mudou apenas a realidade de nossos associados, mas de toda a cafeicultura brasileira e global”, comemora.
“A descoberta de novos produtores, variedades e regiões cafeeiras em todo o mundo – completa Estrela – é o legado que a BSCA trouxe ao mundo do café. E o novo é atrativo, vale muito, por se tratar de algo único. É por isso que os vencedores do principal concurso de qualidade para café do mundo são vendidos por valores significativos, no leilão virtual, por empresas importadoras de todo o mundo”.
Em 2023, por exemplo, o leilão dos vencedores do CoE registrou seu maior lance médio da história. Após nove horas de pregão e 2.989 lances dados, a cotação média ficou em US$ 19,99 por libra-peso, o que equivaleu a R$ 13 mil por saca de 60 kg (dólar a R$ 4,902 na época), e gerou uma arrecadação total de R$ 1,5 milhão (US$ 307.999,43) pelas 30 amostras ofertadas. O maior lance foi dado ao campeão da categoria “Via Seca”, produzido na Fazenda Rainha, em São Sebastião da Grama (SP), que recebeu o equivalente a R$ 84,5 mil/saca, pago pela empresa Sarutahiko Coffee, do Japão, que se tornou o maior valor da história por um café natural brasileiro.
Fase internacional
As 40 amostras finalistas do Cup of Excellence 2024 passaram pelo crivo da pré-seleção, do Júri Nacional e voltarão a ser analisadas pelos 22 juízes internacionais até a próxima sexta-feira. Os cafés que obtiverem pontuação igual ou superior a 87 pontos, na escala de zero a 100 do CoE, serão considerados os melhores cafés especiais do Brasil na safra 2024, respeitando o limite de 10 por categoria, e disputados pelos principais compradores internacionais em leilão on-line, no dia 10 de dezembro.
Além disso, serão considerados “vencedores nacionais” do Cup of Excellence os cafés que chegaram à Fase Internacional, pontuarem acima de 86 pontos, mas que não integrarem a lista dos 30 vencedores. Esses lotes ficarão disponíveis para aquisição de compradores de todo o mundo em uma plataforma virtual, entre 2 e 12 de dezembro.
Cerimônia de premiação
Celebrando a edição de 25 anos em 2024, o Cup of Excellence tem como origem produtora anfitriã a região da Alta Mogiana, representada pela AMSC, de Franca (SP), que sedia a Fase Internacional e a cerimônia de anúncio e premiação dos vencedores, que ocorrerá no sábado, dia 2 de novembro. A exportadora oficial dos lotes campeões será a Cooperativa dos Cafeicultores e Agropecuaristas de Ibiraci (COCAPIL).
Brazil. The coffee nation
Criado no Brasil, em 1999, o Cup of Excellence é mais uma ação do projeto setorial “Brazil. The Coffee Nation”, realizado pela BSCA em parceria com a ApexBrasil, com foco na promoção comercial do café especial brasileiro no mercado internacional, reforçando os pilares de qualidade, diversidade e sustentabilidade. A iniciativa tem como objetivo apresentar o Brasil como uma nação dotada dos recursos naturais essenciais para o cultivo dos melhores cafés e que investe ativamente para atingir os mais altos requisitos de qualidade, de forma sustentável e em observância a rígidas normas de direito social e ambiental.
Com vigência até agosto de 2025, uma das prioridades do projeto será investir em ações de qualificação e diversificação, com foco no apoio aos produtores de café canéfora (robusta e conilon) do país, nas certificações de qualidade e de sustentabilidade e nos cafés produzidos por mulheres, fomentando a equidade de gênero na cafeicultura brasileira e a capacitação de provadoras profissionais de café. O projeto atual tem como mercados-alvo: i) África do Sul, Austrália, China, Coreia do Sul, Emirados Árabes Unidos, Espanha, Estados Unidos, França, Japão, Malásia, Polônia, Rússia e Taiwan para os cafés crus especiais; e ii) Canadá, Chile, China e Estados Unidos para os produtos da indústria de torrefação e moagem.
Fonte: BSCA
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