A grande maioria dos navios pelo mundo utiliza motores a diesel alimentados por combustíveis fósseis tradicionais, como óleos e diesel marítimos.
Vale observar que essa modalidade de transporte representa 3% das emissões globais de Gases de Efeito Estufa (GEE), com óxidos de enxofre (SOx), nitrogênio (NOx) e dióxido de carbono (CO2), afetando diretamente o meio ambiente e a saúde pública.
Com a proposta de reduzir os impactos ambientais, a Organização Marítima Internacional (IMO) estabeleceu metas para mitigar essas emissões, propondo cortes de 20% até 2030 e atingindo emissões líquidas zero até 2050.
A partir disso, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao Ministério de Minas e Energia, publicou um informativo bastante didático sobre a descarbonização do transporte aquaviário.
O documento mostra as ações para descarbonização, que incluem a conversão de motores para tecnologias bicombustíveis e uso de combustíveis de baixo carbono. Cita também a o papel crucial dos portos, promovendo tecnologias de operação eficiente e infraestrutura de armazenamento.
Por fim, compara o uso de novas tecnologias e combustíveis alternativos, indica os desafios regulatórios e tecnológicos que envolvem a descarbonização do transporte marítimo e destaca o potencial dos biocombustíveis, como o biodiesel, para contribuir na redução de emissões, especialmente no Brasil.
Estes são os principais pontos sobre o biodiesel destacados no informativo da EPE:
- Não há necessidade de adaptações estruturais nos motores e embarcações;
- Produção e infraestrutura difundidas no Brasil, com capacidade instalada ociosa, a qual pode ser utilizada para atingir esse objetivo de forma mais ágil no curto prazo;
- Na revisão da norma 8217/2024 (combustíveis marítimos), a ISO apresentou as especificações para utilização de 100% de biodiesel para navegação, com uso condicionado a avaliações da Convenção Internacional para a Prevenção da Poluição por Navios (MARPOL) da IMO;
- A Autorização ANP nº 402/2024 permitiu, em caráter especial, a comercialização pela Petrobras, de óleo combustível marítimo (bunker) com até 24% de biodiesel, observadas as especificações estabelecidas;
- Empresas têm utilizado o B100 como substituto ao diesel fóssil em embarcações fluviais brasileiras.
Fonte: Abiove
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