Uma pesquisa envolvendo a Embrapa, a Universidade Federal do Pará (UFPA) e a Universidade Federal do Maranhão (UFMA) revelou que o mel de abelhas africanizadas (Apis mellifera L.), produzido a partir da florada do açaizeiro, possui altos níveis de compostos bioativos derivados da palmeira amazônica. Esses compostos desempenham um papel significativo na promoção da saúde humana, tornando esse mel um produto promissor da sociobiodiversidade amazônica.
O estudo, publicado na revista científica *Molecules*, analisou e comparou o mel de açaí com méis monoflorais de outras regiões do Brasil, incluindo mel de aroeira (Minas Gerais), cipó-uva (Distrito Federal), timbó (Rio Grande do Sul) e mangue (Pará). A predominância do néctar de açaí conferiu ao mel características únicas de sabor, aroma, cor e propriedades funcionais. A legislação brasileira estabelece que para um mel ser classificado como monofloral, ele deve conter mais de 45% de pólen de uma única espécie.
De acordo com Daniel Santiago, pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental, o mel de aroeira foi utilizado como referência devido às suas reconhecidas propriedades funcionais e alto valor comercial. A expansão dos plantios de açaizeiro no Pará e o crescente preço do fruto têm incentivado produtores a utilizarem polinização dirigida com abelhas para aumentar a produtividade. No entanto, as abelhas sem ferrão, nativas da região, são difíceis de adquirir devido ao alto custo, chegando a custar até 600 reais por colmeia.
Como alternativa, muitos produtores têm utilizado abelhas africanizadas, que são maiores e menos eficientes na polinização das flores do açaizeiro. Embora ainda faltem dados científicos sobre a efetividade dessa prática, os resultados da pesquisa sobre o mel de açaí sugerem que novos estudos podem fornecer maior conhecimento sobre o manejo dessas abelhas no trópico úmido.
A produção de mel na Amazônia, que representa apenas 2% do total nacional, tem grande potencial de expansão, especialmente considerando a popularidade internacional do açaí. Atualmente, cerca de 3 mil famílias estão envolvidas na apicultura no Pará, e a combinação de mel com derivados do açaí pode contribuir para o desenvolvimento sustentável da região.
Com informações da Embrapa
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