O Dia Mundial Contra a Raiva, celebrado em 28 de setembro, traz boas notícias para os mineiros. Já no primeiro semestre de 2024, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), autarquia vinculada à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), registrou aumento no número de declarações de vacinação contra a raiva nas espécies de bovinos, bubalinos, equídeos, caprinos e ovinos.
O estado de Minas Gerais, que possui um dos maiores rebanhos bovinos do país, alcançou mais de 4,5 milhões de bovinos e bubalinos declarados como vacinados contra a raiva, um aumento de 14% em comparação ao mesmo período de 2023. Além disso, foram declarados 58.505 equídeos vacinados, representando um crescimento de quase 20%. As espécies caprinos e ovinos, também susceptíveis à raiva, tiveram 28.904 declarações de vacinação informadas ao IMA, em 2024.
A raiva é uma zoonose, doença que pode ser transmitida de animais para humanos, sendo fatal para os animais. A vacinação é a principal forma de prevenção. O aumento nos índices de imunização é resultado de campanhas de conscientização, intensificação das ações de defesa animal e melhorias nos canais de comunicação com os produtores rurais.
O IMA também reforça a importância de os produtores, após efetuarem a vacinação dos animais, realizarem a declaração das vacinações ao órgão, prática fundamental para o controle sanitário e monitoramento do rebanho mineiro. A declaração da vacinação permite que o estado realize análises epidemiológicas contundentes sobre a doença, o que contribui para a criação de políticas públicas mais eficazes e direcionadas, bem como para a identificação de áreas de risco ou áreas de subnotificação para a raiva.
Os dados da vacinação contra a raiva no primeiro semestre de 2024 também revelam avanços na comercialização de vacinas. Foram vendidas mais de 12 milhões de doses no período, superando as 11,3 milhões de doses do mesmo semestre em 2023. Esse incremento reflete a crescente adesão dos produtores às campanhas de vacinação promovidas pelo IMA, parte integrante do Programa Nacional de Controle da Raiva dos Herbívoros (PNCRH), do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
Minas Gerais se destaca nacionalmente pela relevância do seu rebanho. São cerca de 24 milhões de bovinos, colocando o estado em quarto lugar no ranking nacional, segundo dados de 2023 da Seapa. Em relação aos equídeos (equino, muar e asinino), especificamente, no rebanho de equinos, Minas Gerais lidera no Brasil, de aproximadamente 805 mil animais, e ocupa a nona posição no ranking nacional de caprinos, com 73 mil cabeças (dados da Seapa de 2022). Esses números reforçam a importância das ações de controle da raiva e a necessidade de uma vigilância contínua.
No primeiro semestre de 2023, foram declarados 4.029.495 bovinos e bubalinos vacinados, 48.844 equídeos e 7.121 caprinos e ovinos. Já no segundo semestre de 2023, as declarações caíram, mas o consolidado anual ainda apresentou resultados sólidos, com 6.020.549 bovinos e bubalinos, 71.992 equídeos e 11.863 caprinos e ovinos declarados como imunizados. Os dados de animais declarados como vacinados ainda não correspondem aos números de vacinas vendidas. Para mudar esse cenário, é necessária a cooperação dos produtores mineiros em prestar essa informação ao IMA.
Declaração da vacinação é fundamental
O IMA reforça que, embora a venda de vacinas seja um indicador relevante, as declarações formais feitas pelos produtores rurais são fundamentais para a análise do cenário da doença no território mineiro. Através dessas informações, o órgão pode monitorar em que espécie, faixa etária e região as vacinas estão sendo aplicadas, permitindo um mapeamento preciso das áreas controladas e a intensificação das ações onde houver necessidade.
A declaração da vacinação é um procedimento simples e pode ser realizada de forma on-line, pelo Portal do Produtor, juntamente com a atualização de rebanhos, ou presencialmente em uma das unidades de atendimento do IMA.
O combate à raiva em Minas Gerais
Em Minas Gerais, o IMA é responsável por implementar as ações previstas no PNCRH. Entre essas ações estão o fomento à vacinação dos rebanhos, o controle populacional do morcego hematófago (Desmodus rotundus) — principal transmissor da raiva para os herbívoros — e o atendimento às suspeitas da doença, com coleta de material encefálico para o diagnóstico, caso necessário. O controle desses morcegos é feito através de captura em redes e o uso de métodos específicos para a redução de sua população em áreas de risco.
Além disso, o IMA alerta para a importância da identificação rápida de animais com sinais clínicos compatíveis com a raiva. Os produtores devem estar atentos aos sintomas nos animais, que incluem isolamento, salivação excessiva, dificuldade para engolir, parecendo estar engasgado, perda de coordenação, andar cambaleante, paralisia dos membros posteriores, quedas, evoluindo para a morte. Ao suspeitar da presença da doença em seus animais ou de morcegos hematófagos na propriedade, a recomendação é comunicar imediatamente o IMA para que as medidas de controle sejam iniciadas.
A importância do Dia Mundial Contra a Raiva
O Dia Mundial Contra a Raiva, celebrado em 28 de setembro, foi criado para sensibilizar a população sobre a prevenção da doença, promover a vacinação e destacar as conquistas no combate à raiva ao redor do mundo. De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), a raiva afeta mais de 150 países e é responsável por cerca de 60 mil mortes humanas anuais, sendo que, em grande parte dos casos, os cães são a principal fonte de infecção.
Fonte: Agência Minas
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