O Paraná bateu um recorde histórico, mas sem motivo para comemorar. No dia 9 de setembro, o Estado alcançou a marca de 11.115 incêndios rurais ao longo de 2024, segundo dados do Corpo de Bombeiros. Até então, o topo do ranking de incêndios florestais era do ano de 2019, com 10.835 ocorrências, seguido por 2021 com 10.648 incidentes.
A situação alarmante, que coloca em risco a agropecuária, fez com que governo estadual decretasse situação de emergência no Paraná. O Decreto 7.258/2024, publicado no Diário Oficial no dia 5 de setembro, atende ao ofício enviado pelo Sistema FAEP, pedindo ações urgentes de apoio ao setor agropecuário paranaense. A medida permite ações como a autorização para os órgãos estaduais atuarem no combate aos incêndios, reconstrução das áreas atingidas e dispensa do processo de licitação a contratação de bens e serviços. O decreto tem validade de 180 dias.
Uma das medidas mais recentes do governo estadual foi o anúncio de R$ 24 milhões para ações de combate a incêndios florestais no Paraná. O plano é formar uma força-tarefa com a contratação de aeronaves especializadas para combate às chamas, formação de brigadistas, compra de equipamentos (abafadores, mochilas costal e sopradores, por exemplo) e contratação de caminhões-pipa para auxiliar no combate a incêndios.
Este trabalho será conduzido pela Defesa Civil Estadual, em parceria com o Corpo de Bombeiros Militar do Paraná e o Sistema FAEP, que capacitará 500 pessoas de 100 municípios para atuarem como brigadistas. São voluntários que vão aprender como atuar no controle dessas situações. O objetivo é garantir uma atuação inicial até que equipes especializadas do Corpo de Bombeiros possam atuar no combate ao fogo.
Atuação
Nas últimas semanas, o Sistema FAEP tem buscado alternativas para minimizar a situação crítica do Paraná. Recentemente, Meneguette, esteve reunido com representantes do governo estadual e da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Sustentável (Sedest) para buscar soluções.
“Os incêndios têm predominado em florestas nativas e reservas dentro das propriedades rurais, motivo de preocupação, pois, além da merda do meio ambiente, pode gerar multas aos produtores rurais”, destaca o presidente interino do Sistema FAEP, Ágide Eduardo Meneguette. “A orientação é que o produtor rural, em caso de incêndio em sua propriedade, faça o Boletim de Ocorrência, para ter segurança jurídica”, complementa.
Dicas de combate
O principal motivo para o alto índice de incêndios florestais é a influência do fenômeno La Niña, com temperaturas acima das médias históricas e períodos de estiagens prolongadas, condições favoráveis para as ocorrências. O Corpo de Bombeiros elenca algumas dicas que o produtor rural pode adotar em sua propriedade, como a manutenção do terreno, com a retirada de materiais que possam alastrar o fogo. Além disso, a orientação é fazer aceiros, separando as zonas de mata das áreas residenciais e agricultáveis. Outro ponto importante é manter equipamentos de combate ao fogo, como abafadores, enxadas, rastelos e mangueiras.
O Sistema FAEP conta com cursos na área: “Incêndios Florestais” e “Incêndios no meio rural”, ambos voltados a práticas preventivas e a técnicas de combate ao fogo. Além disso, a entidade também dispõe da capacitação “Brigada de incêndio”, voltada a formação de brigadas civis que atuam nas ações a serem adotadas desde que os focos são detectados.
Incêndios afetam saúde pública
Um dos efeitos do alto índice de ocorrências de incêndio é o impacto na saúde pública dos paranaenses. Nos últimos dias, o Paraná está com nível de poluição “muito alto”, conforme acompanhamento feito por pesquisadores da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Na segunda-feira, o Laboratório de Análise e Qualidade do Ar (LabAIR), da UFPR, divulgou que Curitiba registrou a pior qualidade do ar desde o início das medições, em 2008, com pelo menos 10 vezes mais matérias particuladas no ar do que o normal. O estado tem, no total, 11 estações que monitoram a qualidade do ar em diversas regiões.
Fonte: Sistema FAEP
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