Tendo como referência os preços médios recebidos pelos produtores dos Cafés do Brasil, no período de janeiro a junho do ano-cafeeiro em curso de 2024, a receita bruta total estimada para as duas espécies cultivadas no País atingiu a cifra de R$ 66,49 bilhões.
O anúncio feito pela Embrapa Café, nesta terça-feira (20), ainda trouxe números referentes à espécie de Coffea arabica (café arábica). A receita da espécie atingiu a cifra de R$ 48,02 bilhões, a qual corresponde a 72%, e, adicionalmente, já o faturamento da espécie de Coffea canephora (café robusta+conilon), atingiu R$ 18,46 bilhões e representa aproximadamente 28% do total apurado em nível nacional.
Neste mesmo contexto, uma retrospectiva do faturamento bruto total dos Cafés do Brasil das duas espécies em destaque, nos últimos dez anos-cafeeiros, denota que no ano-cafeeiro de 2015 a receita total somou R$ 35,70 bilhões, sendo R$ 28,96 bilhões apurados para a espécie de C. arabica (81,1%) e R$ 6,74 bilhões para a espécie de C. canephora, valor que correspondeu a 18,9% do total registrado em 2015.
Caso seja estabelecido um comparativo da receita bruta total das duas espécies de cafés obtida em 2015 com o valor calculado para o ano-cafeeiro 2024, constata-se que o setor cafeeiro nacional registrará um crescimento em termos de valor bruto da produção bastante expressivo de 86,24%. Especificamente em relação à evolução da receita da espécie de C. arabica, na comparação da que foi efetivamente obtida em 2015 com a estimada para 2024, constata-se que haverá um aumento de 65,81%. E, em complemento, aplicando essa mesma base comparativa com o C. canephora, verifica-se que essa espécie registrará um grande crescimento de 273% no período em análise.
Obviamente tais valores refletem diretamente os aumentos dos quantitativos e dos volumes físicos de sacas de 60kg colhidas nas respectivas safras anuais, assim como a cotação média dos tipos de cafés utilizados como parâmetros desses cálculos e estudos oficiais que para fins desta análise são considerados, no caso, o café arábica tipo 6, bebida dura para melhor, e também o café robusta tipo 6, peneira 13 acima, com 86 defeitos.
Como os Cafés do Brasil são produzidos nas cinco regiões geográficas brasileiras, vale a pena estabelecer um comparativo da evolução do faturamento bruto total das últimas dez safras de café no País dessas regiões. Dessa forma, verifica-se que a Região Sudeste, que desponta como a maior produtora de café, que teve o seu respectivo valor bruto da produção em 2015 calculado em R$ 30,44 bilhões, e, no ciclo atual de 2024, considerando que esse montante foi estimado em R$ 56,62 bilhões, tal desempenho também denota um crescimento de 86%, à semelhança do percentual registrado em nível nacional.
Na sequência vem a Região Nordeste, cuja receita bruta em 2015 foi de R$ 2,71 bilhões, enquanto que a do atual ano-cafeeiro somou R$ 4,63 bilhões, performance que aponta crescimento de 70,84% no período. Na terceira posição, destaque-se a Região Norte que tem R$ 3,92 bilhões de receita estimada para o setor em 2024, os quais comparados com os R$ 930,56 milhões obtidos em 2015 correspondem a um robusto crescimento de 421,25%.
Em seguida, figura a Região Sul, cujo faturamento foi reduzido em torno de 32,8%, ao passar de R$ 1,16 bilhão para R$ 781,94 milhões; e, finalmente, a Região Centro-Oeste, na quinta posição, que aumentou 38,27% em dez anos, ao passar de R$ 375,60 milhões para R$ 519,35 milhões.
Por último, vale também salientar que os dados e os números da performance dos Cafés do Brasil ora utilizados nesta análise e divulgação foram extraídos do Valor Bruto da Produção – VBP, de julho 2024, estudo que é elaborado mensalmente pela Secretaria de Política Agrícola – SPA, do Ministério da Agricultura e Pecuária – Mapa. Disso mais, registre-se também que tais edições mensais do VBP-Café são utilizadas pelo Observatório do Café do Consórcio Pesquisa Café, arranjo institucional que é coordenado pela Embrapa Café.
Fonte: Embrapa Café
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