Em seminário comemorativo dos 50 anos de relações diplomáticas entre Brasil e China, realizado na quinta-feira (15), no Palácio do Itamaraty, em Brasília, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, destacou a importância estratégica dessa cooperação. Na avaliação de Mercadante, a China, principal parceiro comercial do Brasil, é um modelo a ser seguido na reindustrialização do país.
“Não queremos os produtos prontos da China, queremos desenvolver junto com eles: aprender o que eles estão fazendo, desenvolver novas tecnologias e fazer a transferência de tecnologias, ser um parceiro de qualidade”, frisou.
O presidente do BNDES lembrou que os dois países já cooperam em projetos como o da Ferrovia Bioceânica e a produção de hidrogênio verde.
“Somos os líderes em energia limpa no G20 e vamos liderar a transição para uma economia verde, com o apoio da China como parceiro estratégico fundamental”. Segundo levantamento da Bloomberg, o BNDES é o maior financiador de energia limpa e renovável no mundo.
Também presente na mesa de abertura do seminário Brasil-China: 50 anos de amizade e cooperação rumo ao desenvolvimento inclusivo e sustentável, o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, citou o sociólogo Gilberto Freyre, que previu o papel relevante que os dois países viriam a desempenhar no no cenário mundial.
“Ao longo desse meio século, o Brasil e a China trilharam caminho distintos, mas repleto de mudanças significativas de crescimento e desenvolvimento”, disse.
O embaixador chinês no Brasil, Zhu Qingqiao, destacou o constante avanço dos laços entre Brasil e China, que resistiram às mudanças do cenário internacional nesse meio século.
“Ao longo destes 50 anos, a China e o Brasil mantiveram o respeito mútuo e a igualdade: ambos os países sempre respeitaram as características nacionais, os interesses fundamentais e as trajetórias de desenvolvimento um do outro, abordando e desenvolvendo as relações bilaterais a partir de uma perspectiva estratégica e de longo prazo, consolidando e aprofundando continuamente a confiança mútua”, afirmou.
De acordo com o embaixador, o Brasil é o primeiro país latino-americano a exportar mais de US$ 100 bilhões de dólares para a China. A China, conforme lembrou, é uma das principais fontes de investimento no Brasil, gerando mais de 70 mil empregos diretos.
Durante o evento, que teve apoio do Ministério das Relações Exteriores e da Fundação Alexandre de Gusmão (Funag), as autoras Ana Célia Castro e Márcia Loreiro lançaram a obra Brasil e China: 50 anos de relações diplomáticas. Também participaram do evento, entre outras autoridades, a ministra da Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, a ministra substituta das Relações Exteriores, Maria Laura da Rocha, e o presidente da Apex Brasil, Jorge Viana.
Fonte: BNDES
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