Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) promoveu esta semana um curso inédito em parceria com o Instituto Federal Goiano voltado para a capacitação de profissionais técnicos, representantes de movimentos sociais e empresas em projetos do Crédito Fundiário voltados para a agroecologia. Realizada no Campus do IF de Hidrolândia, em Goiás, a iniciativa teve o formato de 32 horas-aulas de teoria e prática e poderá servir de modelo para outras regiões do Brasil.
Segundo o secretário de Governança Fundiária, Desenvolvimento Territorial e Socioambiental do MDA, Moisés Savian, a capacitação representou “o alinhamento de muitos projetos do governo e da sociedade”. De acordo com ele, a agroecologia é um caminho natural para o programa de Crédito Fundiário, que já promoveu o acesso à terra para mais de 150 mil famílias ao longo de sua história.
Hoje, o programa oferece o financiamento de cinco anos de assistência técnica e extensão rural na compra dos lotes para famílias que querem realizar o sonho da terra própria. “O Crédito Fundiário já é um grande aliado da democratização da terra, porque garante acesso fundiário, assistência técnica e extensão rural ao mesmo tempo”, afirmou Savian, ao destacar a importância do evento.
Outros estados
O superintendente do MDA em Goiás, Valdir Misnerovicz, disse que a expectativa é a de que a experiência possa ser replicada em outros estados brasileiros.
“A agroecologia pode render produções de curto, médio e longo prazo para as famílias rurais. Queremos que os movimentos e as empresas entendam que é possível gerar renda tanto de imediato, como é o caso da produção de hortaliças, quanto de longo prazo, como nas produções frutíferas”, ressaltou.
Também o pró-reitor de Extensão do IF Goiano, Luciano Ribeiro, reforçou o êxito do trabalho realizado, que faz parte da parceria existente atualmente entre pesquisa, ensino e extensão na região.
“Para nós foi uma grande oportunidade de aproximar as práticas do nosso instituto à realidade das famílias”, frisou. Ribeiro afirmou que o Instituto Federal atende populações das mais diferentes realidades sociais, o que reforça a necessidade de difusão da agroecologia junto a estudantes e famílias agricultoras de Goiás.
Transição agroecológica
Segundo dados do Climate Watch, o Brasil é o 7º maior emissor de gases do efeito estufa, sendo 34,83% provenientes da agricultura. A agroecologia oferece soluções que aumentam a resiliência dos sistemas agrícolas e ajudam na conservação da biodiversidade, na mitigação das mudanças climáticas e na preservação ambiental.
Os benefícios vão para muito além da preservação ambiental, já que aumenta a diversidade e a quantidade de alimentos disponíveis nos mercados brasileiros, contribuindo para a redução da inflação dos preços. Também representa um avanço do ponto de vista social, já que aumenta a geração de emprego e renda, além de aumentar a qualidade de vida e a saúde das famílias nos campos e nas cidades.
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