O peixe é um alimento cada vez mais visado pelos brasileiros e pessoas de todo o mundo por ser menos gorduroso e rico em proteínas. Essa procura refletiu nos números do setor no Brasil. O anuário de 2024 da PeixeBR mostrou que o Brasil produziu mais de 880 mil toneladas de peixes de cultivo. O destaque, mais uma vez, ficou com o Paraná e com toda a região sul.
Mesmo com o crescimento mais tímido por conta dos problemas climáticos e sanitários, o país registrou mais de 887 mil toneladas de peixe de cultivo no ano passado. Em comparação a 2022, o número representa um crescimento de pouco mais de 3% na produção de pescados.
“A atividade de peixes de cultivo no Brasil, hoje, é a proteína animal que tem a maior taxa de crescimento comparado a suínos, aves, bovinos e ovinos. Criamos, principalmente, tilápia, tambaqui, tambatiga, pintado e truta, além de um peixe fabuloso que é o pirarucu, que é o maior peixe de água doce”, salienta o presidente da Associação Brasileira da Piscicultura (peixebr), Francisco Medeiros.
A boa notícia é que as exportações registraram um aumento exponencial no segundo trimestre deste ano. No acumulado do semestre, as exportações chegaram a 23,7 milhões de dólares, o que representa 96% das exportações de todo ano de 2023.
A tilápia continua sendo o carro chefe, representando 65,3% de toda a produção nacional de pescados. Foram produzidas 579.080 toneladas da espécie. A facilidade no manejo somada as características da espécie fazem com que o peixe desponte no mercado interno e externo como explica o piscicultor Divino Augusto:
“Ela é resistente, a reprodução dela para chegar ao ponto de abate é a mais rápida e em questão de aproveitamento também. Então ela é especial. A tilápia se tornou para nós, hoje, o frango de granja, né?.”
Esses nativos como tambaqui, pacu e pintado somaram 263.479 mil toneladas, um aumento de 29,7%. Enquanto outras espécies como carpa, truta e a panga alcançaram 44.470 mil toneladas um aumento de 5%.
“Considerando todas as proteínas de origem animal consumidas no Brasil, nos últimos 10 anos o peixe de cultivo, principalmente tilápia e tambaqui, foi a proteína animal que teve o maior aumento de consumo. Para se ter uma ideia, a tilápia cresceu 10% ao ano nos últimos 10 anos”, disse Medeiros (PeixeBR).
Os números positivos da produção nacional contribuíram para o aumento do consumo per capita de peixes de aquicultura no Brasil, que atualmente está em pouco mais de 4 kg por ano.
O estado do Paraná se manteve como maior produtor de peixes de aquicultura do Brasil, com 273.227 mil toneladas em 2023. A região sul foi responsável por mais de 30% da produção nacional, seguida pelo Nordeste com 27,3%, o Sudeste com 23,8% e o Centro-Oeste com 18,3%.