Um trabalho inédito feito pelo Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Peixes Continentais (Cepta), em parceria com CTG Brasil, uma das maiores geradoras de energia do país, pretende impedir a extinção da piracanjuba nas águas brasileiras. Para isso, o órgão conta com a ajuda do lambari, e de uma forma — no mínimo — inusitada: o peixe se transforma em uma “barriga de aluguel”.
A pesquisa faz com que lambari macho produza esperma com DNA de piracanjuba. O lambari foi escolhido por ser uma espécie simples e abundante em todos os rios, que se reproduz quatro vezes ao ano, enquanto a piracanjuba só se reproduz uma vez. Além disso, a espécie tem fácil adaptação para reprodução em cativeiro e sua proporção natural de nascimentos é de 50% de machos e 50% de fêmeas.
De acordo com o biólogo Norberto Castro Vianna, especialista de Meio Ambiente da CTG Brasil e um dos pesquisadores do projeto, a piracanjuba está no livro vermelho de espécies ameaçadas de extinção.
"É um peixe que tem um valor muito grande com o pescador porque é bom na hora de revenda, é um peixe bioindicador de qualidade de água porque só vive em águas boas. Porém a reprodução em cativeiro é muito complicada porque 90% dos peixes reprodutores de Piracanjuba são machos e 10% só de fêmeas”, explica. “E ainda as fêmeas são muito sensíveis porque na hora da reprodução em cativeiro em laboratório, algumas podem morrer por stress ou por hemorragia", completa.
Segundo o especialista, os machos de lambari produzidos em laboratório já estão totalmente puros, ou seja, com a célula tronco germinativa da piracanjuba, sem nenhum traço de lambari. Por outro lado, as fêmeas ainda possuem alguns traços de lambari na célula tronco germinativa.
“A nossa fase agora é fazer esse pequeno ajuste para que a gente possa então fazer o cruzamento definitivamente de lambari macho com lambari fêmea e nascer uma Piracanjuba. Acreditamos que mais um ano de pesquisa a gente chega nesse resultado”, projeta Norberto.
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