Um novo levantamento divulgado nesta sexta-feira, dia 5, pelo Instituto de Pesquisa Imazon revela que a exploração madeireira ilegal no Amazonas atingiu 62% da área total com retirada de madeira no estado. Dos 68 mil hectares onde houve atividade madeireira entre agosto de 2023 e julho de 2024, 42 mil não possuíam autorização dos órgãos ambientais.
O estudo, realizado anualmente pela Rede Simex – composta por ICV, Imaflora e Imazon – cruzou imagens de satélite com as autorizações emitidas pelos órgãos competentes. Em comparação com o levantamento anterior (agosto/2022 a julho/2023), a área com retirada ilegal de madeira aumentou 9%.
Apesar da alta na ilegalidade, o Imazon apontou um crescimento significativo na exploração de madeira autorizada, que saltou de 11,3 mil hectares para 26,1 mil hectares no mesmo período, representando um aumento de 131%.
Ilegalidade concentrada e invasão de áreas protegidas
Camila Damasceno, pesquisadora do Programa de Monitoramento da Amazônia do Imazon, avaliou que o aumento na ilegalidade é extremamente preocupante. Ela destacou que a exploração ilegal de madeira não apenas prejudica o mercado legalizado, mas também financia outros crimes ambientais, como queimadas e o desmatamento.
A pesquisa revelou que apenas dois municípios do sul do estado concentram 75% de toda a exploração ilegal de madeira do Amazonas: Boca do Acre, líder do ranking com 20,5 mil hectares, e Lábrea, com 10,9 mil hectares de exploração irregular.
Segundo a pesquisadora, esses municípios estão localizados na região de expansão agropecuária conhecida como Amacro (na divisa com Acre e Rondônia). “A extração de madeira nesses territórios pode indicar o desmatamento futuro para a grilagem ou para a produção de grãos e de gado, o que reforça a necessidade de ampliar a fiscalização nesses municípios”, alertou Camila.
O levantamento também apontou que a exploração ilegal invade áreas protegidas. Um total de 5,6 mil hectares de retirada irregular (13% do total) ocorreu em terras protegidas, sendo 9% em terras indígenas e 4% em unidades de conservação. Embora o número represente uma queda de 19% em relação ao estudo anterior, a área atingida ainda é superior a 5 mil campos de futebol dentro das áreas de proteção. O Imazon alerta que a invasão desses territórios ameaça os povos e comunidades tradicionais, que dependem da floresta para sobreviver.
Outro dado que chamou a atenção foi a responsabilidade de imóveis rurais em bancos de dados públicos, como o Cadastro Ambiental Rural (CAR) e o Sistema de Gestão Fundiária (Sigef), por 77% da área com exploração irregular. Para o Imazon, esse resultado mostra que os órgãos públicos têm dados para fiscalizar e punir a atividade ilegal nessas áreas. O instituto também alertou para a urgência em destinar as florestas públicas não destinadas, que concentraram 8% da retirada ilegal de madeira, à conservação ou a povos e comunidades tradicionais.
Com informações da Ag. Brasil
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