Uma operação conjunta envolvendo o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e as Polícias Civis de Minas Gerais e do Distrito Federal apreendeu mais de 4 mil frascos de medicamentos à base de cetamina, anestésico de uso veterinário que vem sendo desviado para o mercado ilegal de drogas. As ações ocorreram nos dias 4 e 5 de agosto, como parte da Operação Ronda Agro XCV – Nêmesis.
A substância, regulamentada por controle especial, tem despertado preocupação crescente entre autoridades sanitárias e policiais devido ao uso ilícito como droga recreativa, com potenciais efeitos devastadores à saúde humana. De acordo com os investigadores, os produtos apreendidos seriam revendidos por um valor até quatro vezes superior ao preço original, podendo gerar lucros milionários aos envolvidos.
As investigações apontam o envolvimento de empresas agropecuárias e médicos-veterinários que adquiriam os produtos sob justificativa legal, mas os desviavam para fins não autorizados. Além da apreensão da substância, os agentes identificaram falsificação de documentos usados para a compra dos medicamentos e constataram maus-tratos a animais em uma clínica.
“Essa operação confirma o que já vínhamos monitorando: a existência de um esquema criminoso estruturado, com uso indevido de uma substância controlada que deveria servir exclusivamente à medicina veterinária”, explicou um fiscal agropecuário envolvido na ação. O prejuízo estimado aos infratores com a apreensão é de R$ 4,3 milhões.
A cetamina é uma substância potente com aplicação legítima na sedação e anestesia de animais, mas o seu uso por humanos, sem supervisão médica, está associado a diversos efeitos adversos, incluindo convulsões, dependência química, distúrbios comportamentais e danos a órgãos como bexiga e fígado. Em alguns casos, também é utilizada como droga facilitadora de crimes, como o abuso sexual.
Por isso, as autoridades alertam para o risco sanitário e social gerado pelo desvio da cetamina.
“Não se trata apenas de um problema de fiscalização agropecuária, mas de um risco direto à saúde pública e à segurança da população”, reforçou o Mapa em nota.
A operação foi coordenada pelo Programa de Vigilância em Defesa Agropecuária para Fronteiras Internacionais (Vigifronteiras), com apoio do Serviço de Fiscalização de Insumos e Saúde Animal da Superintendência Federal de Agricultura em Minas Gerais. Novas ações devem ocorrer nos próximos meses em outros estados.
Com informações do Mapa
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