O ex-presidente Donald J. Trump assinou nesta quarta-feira, 30 de julho de 2025, uma ordem executiva que declara emergência nacional em relação ao Brasil e impõe uma tarifa adicional de 40% sobre as importações brasileiras nos Estados Unidos. A medida, sem precedentes na relação entre os dois países, é justificada por Trump como resposta a supostas ações do governo brasileiro que, segundo ele, ameaçam a segurança nacional, a política externa e a economia dos EUA.
A ordem, baseada na Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional (IEEPA), acusa o Brasil de interferir na economia americana, violar direitos humanos e promover perseguições políticas — especialmente contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. Também aponta o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, como responsável por supostas violações à liberdade de expressão de cidadãos americanos e por sanções contra plataformas digitais dos EUA.
“Essas ações do governo do Brasil são repugnantes aos valores morais e políticos das sociedades democráticas e livres”, afirma o texto assinado por Trump, que classifica o governo brasileiro como uma “ameaça incomum e extraordinária” à segurança nacional dos EUA.
Aumento tarifário e exceções
A nova tarifa será aplicada a praticamente todos os produtos brasileiros, com exceção de insumos estratégicos, como fertilizantes, metais preciosos, energia, aeronaves civis e alumina metalúrgica. A taxação entra em vigor em 7 dias e será cumulativa com outras tarifas em vigor, como as da ordem executiva 14257.
Produtos que já estiverem em trânsito antes do prazo estabelecido terão até 5 de outubro de 2025 para entrar no território americano sem a incidência da nova alíquota.
Escalada de tensões
A medida representa a mais dura retaliação econômica dos Estados Unidos ao Brasil em décadas. O republicano acusa autoridades brasileiras de promover censura e autoritarismo, citando diretamente decisões do STF, o bloqueio de plataformas como Rumble e X (antigo Twitter) e o processo criminal contra Bolsonaro.
Trump afirma ainda que poderá aumentar a tarifa caso o Brasil reaja com medidas retaliatórias. Por outro lado, sinalizou que poderá rever a decisão caso o governo Lula “alinhe-se suficientemente” aos interesses dos EUA em temas de segurança, comércio e política internacional.
Impacto sobre o agro e a indústria
Os efeitos da medida devem ser sentidos principalmente nas cadeias do agronegócio e da indústria de base. Produtos como café, suco de laranja, carnes, celulose, aço, alumínio e calçados devem ser os mais atingidos. Segundo dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI), os impactos podem superar R$ 19 bilhões no PIB brasileiro, com reflexos em estados altamente exportadores para os EUA, como São Paulo, Paraná, Amazonas, Espírito Santo, Rio Grande do Sul e Ceará.
Reação do governo brasileiro
O governo brasileiro ainda não havia se pronunciado oficialmente até o fechamento desta edição. No entanto, nos últimos dias, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) reiterou, por nota, que o Brasil segue aberto ao diálogo e que “a soberania e o Estado Democrático de Direito são inegociáveis”.
Diplomatas do Itamaraty consideram a ação dos EUA uma violação das regras da Organização Mundial do Comércio (OMC) e estudam medidas legais em fóruns multilaterais, caso não haja recuo por parte da Casa Branca.
Sinais de instabilidade internacional
A decisão provocou repercussão imediata em capitais europeias e entre analistas internacionais, que veem na medida uma escalada perigosa de retaliação econômica com motivações políticas. Especialistas alertam que o uso do comércio como instrumento de pressão diplomática pode comprometer o sistema multilateral baseado em regras.
A ordem executiva também reforça a estratégia de Trump de mobilizar sua base conservadora no ano pré-eleitoral, com críticas abertas ao STF e ao governo Lula. A medida ocorre às vésperas da Assembleia Geral da ONU, onde o Brasil deve apresentar avanços em temas como meio ambiente, segurança alimentar e defesa da democracia.
Com informações da Casa Branca
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