A principal preocupação do setor foi a taxação de 50% imposta pelos EUA sobre o pescado brasileiro, com impactos imediatos para as exportações de atum e derivados. A Associação Brasileira das Indústrias de Pescado (ABIPESCA) solicitou ao governo federal uma linha de crédito emergencial de R$ 900 milhões para proteger empregos e evitar colapso no escoamento da produção. A entidade alerta que a medida afeta 20 mil trabalhadores e paralisa contratos de exportação já firmados.
Ao mesmo tempo, o agronegócio celebrou conquistas no comércio exterior. A abertura do mercado sul-coreano para a exportação de couros e peles em cru representou a 396ª autorização desde o início de 2023. Já a Malásia oficializou o aceite do guaraná em pó brasileiro, produto nativo da Amazônia e com crescente demanda na indústria de bebidas energéticas e suplementos. Ambas as vitórias são frutos da atuação conjunta do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e do Itamaraty.
Na área logística, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apontou que a colheita do milho segunda safra intensificou a demanda por transporte e elevou os preços do frete em várias regiões. A pressão sobre a cadeia logística coincide com a alta nas importações de fertilizantes: de janeiro a junho, o Brasil recebeu 19,41 milhões de toneladas de insumos, alta de 9,29% em relação ao mesmo período de 2024. O movimento revela otimismo dos produtores com a próxima safra.
No setor de proteína animal, o Brasil conseguiu reverter restrições impostas após a detecção de um foco de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) no Rio Grande do Sul. Países como Kuwait, Bahrein, Albânia e Turquia já restabeleceram o comércio da carne de frango brasileira, embora mercados importantes, como China, União Europeia e Canadá, ainda mantenham suspensões totais ou parciais.
Outro destaque da semana foi o avanço em sustentabilidade. Em Brasília, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, assinou com o embaixador dos Países Baixos, André Driessen, um memorando de entendimento para a criação de um grupo de trabalho sobre sistemas alimentares sustentáveis. O acordo visa promover a inovação no campo, reduzir o uso de químicos e consolidar boas práticas produtivas no Brasil e na Europa.
No eixo México-Brasil, foi concluído um acordo sanitário que permitirá a exportação de ossos processados, insumo utilizado na alimentação animal, gelatina e fertilizantes. A medida contribui para a sustentabilidade da cadeia agroindustrial e amplia a valorização de coprodutos da pecuária brasileira.
Por fim, o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA Quilombola) em Goiás foi ampliado com a inclusão de produtos como queijo muçarela, filé de tilápia, frutas nativas e leite. A iniciativa valoriza a agricultura familiar e fortalece a inclusão produtiva em comunidades tradicionais.
Em um cenário global incerto, o agro brasileiro mostra capacidade de reação, abrindo novos mercados, diversificando a pauta de exportações e reforçando a aposta na sustentabilidade como diferencial competitivo.
Com informações do IBGE
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