O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta sexta-feira (18), em Missão Velha (CE), a liberação de R$ 1,4 bilhão para a retomada das obras da Ferrovia Transnordestina. Considerada estratégica para a logística do agronegócio no Nordeste, a ferrovia ligará Eliseu Martins (PI) ao Porto do Pecém (CE), passando por importantes polos produtivos do semiárido nordestino, como Salgueiro (PE).
O investimento anunciado será viabilizado por meio do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE) e do leilão de desinvestimento do Finor. A expectativa é de que as primeiras operações com cargas tenham início ainda em 2025, com destaque para o transporte de soja, milho, farelo de soja e calcário — insumos centrais para a produção agropecuária da região.
“A Transnordestina não é só uma ferrovia, é uma linha de desenvolvimento. Vamos terminar essa obra custe o que custar”, afirmou Lula, durante cerimônia no canteiro de obras. Segundo ele, a conclusão da linha férrea é fundamental para dar eficiência e competitividade ao setor produtivo nordestino, especialmente em estados com forte presença da agricultura familiar e de cooperativas.
Atualmente, 280 quilômetros de trilhos estão em execução e mais de 4 mil empregos diretos já foram gerados. Com a nova etapa de financiamento, a expectativa é de que o número de postos de trabalho chegue a 8 mil até dezembro deste ano.
Impulso logístico e impacto no agro
Com 1.209 quilômetros de extensão, a Transnordestina beneficiará diretamente 53 municípios e deve transformar a forma como o Nordeste escoa sua produção. O acesso direto ao Porto do Pecém permitirá reduzir custos logísticos e ampliar a competitividade dos produtos agrícolas da região no mercado internacional.
Segundo o ministro dos Transportes, Renan Filho, o potencial da ferrovia não se restringe ao transporte de grãos.
“É um vetor de desenvolvimento. A infraestrutura une e integra, e isso fortalece o agro, a indústria e o comércio regional”, pontuou.
Já o governador do Ceará, Elmano de Freitas, destacou que a ferrovia ajudará a expandir a capacidade de exportação de setores como o calçadista, que já atua no mercado externo e agora terá mais agilidade para alcançar o porto.
Investimento com retorno econômico
Até o momento, o empreendimento já consumiu R$ 8,2 bilhões em investimentos. O orçamento total previsto é de R$ 15 bilhões, com estimativa de impacto de até R$ 7 bilhões ao ano no Produto Interno Bruto (PIB) do Semiárido, uma das regiões mais vulneráveis economicamente do país.
A ferrovia também se soma a outras ações do governo federal voltadas para a interiorização do desenvolvimento e do escoamento agropecuário.
“Não podemos ter uma ferrovia de um lado e, do outro, gente passando fome. A obra tem que beneficiar quem produz e quem trabalha”, reforçou o presidente Lula.
Medida Provisória para energia renovável e exportações
Durante o evento, Lula também assinou uma Medida Provisória que altera a Lei das Zonas de Processamento de Exportação (ZPEs). A medida obriga que empresas instaladas em ZPEs utilizem energia 100% renovável, estimulando a instalação de parques eólicos e solares. Também amplia o escopo das ZPEs para incluir prestadoras de serviços com foco na exportação.
A iniciativa foi comemorada no Ceará, que poderá ser o primeiro estado do país a abrigar um data center de grande porte operando dentro de uma ZPE, fortalecendo a sinergia entre infraestrutura, energia limpa e inovação.
Próximos passos
Com os novos recursos, a empresa Transnordestina Logística S/A deverá contratar os lotes 9 e 10 da obra em até 60 dias, completando a primeira fase da execução. O cronograma prevê que os primeiros trens de carga circulem entre Eliseu Martins (PI) e Salgueiro (PE) no segundo semestre de 2025.
A obra, que por anos esteve paralisada por entraves judiciais e falta de recursos, agora avança como uma das prioridades do governo federal.
“O que era um sonho, agora é ferro, trilho e progresso. A Transnordestina é o Brasil lembrando que aqui tem gente que trabalha, produz e merece respeito”, resumiu o prefeito de Missão Velha, Dr. Lorim.
Com informações do Gov.br
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