As exportações brasileiras de café solúvel fecharam o primeiro semestre de 2025 em alta, com embarques equivalentes a 1,944 milhão de sacas de 60 kg — crescimento de 1,3% em relação ao mesmo período de 2024. A receita cambial registrou avanço expressivo de 45,2%, totalizando US$ 586,9 milhões. Os dados são da Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics).
O desempenho positivo consolida o Brasil como o principal produtor e exportador mundial de café solúvel. De janeiro a junho, 81 países importaram o produto brasileiro. Os Estados Unidos lideraram as compras, com 361 mil sacas, seguidos por Argentina (193 mil), Rússia (138 mil), Indonésia (75 mil) e Peru (74 mil).
Apesar dos bons resultados até agora, o setor está apreensivo com a taxação de 50% anunciada pelo governo norte-americano para produtos brasileiros a partir de 1º de agosto. Atualmente, os EUA respondem por cerca de 19% das exportações brasileiras de café solúvel.
“Se a medida for mantida, perderemos competitividade. O México, principal fornecedor para os EUA, seguirá com tarifa zero, enquanto outros países pagarão no máximo 27%”, alerta Fábio Sato, presidente da Abics.
Consumo interno em expansão
No mercado interno, o café solúvel também mostrou fôlego. O consumo no Brasil chegou a 548 mil sacas no primeiro semestre — alta de 4,2% frente ao mesmo período de 2024. O segmento liofilizado (freeze dried) cresceu 18,7%, enquanto o solúvel em pó (spray dried) avançou 2,5%. O consumo de cafés solúveis importados, que já estão incluídos no total, subiu 23%.
Segundo Aguinaldo Lima, diretor de Relações Institucionais da Abics, o crescimento do consumo reflete a melhora na qualidade e no portfólio das indústrias brasileiras, além do custo-benefício.
“O café solúvel oferece praticidade e economia, sem a necessidade de equipamentos ou filtros, o que pesa positivamente em tempos de inflação”, afirma.
A indústria segue investindo em inovação e diversificação de produtos, mirando tanto o consumidor doméstico quanto o mercado global. Mas, diante do novo cenário comercial com os Estados Unidos, o setor cobra diálogo institucional e ações para preservar o espaço do produto brasileiro no principal mercado mundial.
Com informações do ABICS
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