O Mercosul anunciou a conclusão definitiva das negociações do acordo de livre comércio com a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA), composta por Noruega, Suíça, Islândia e Liechtenstein. O entendimento, que vinha sendo discutido desde 2017, foi fechado sob a liderança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e busca ampliar as oportunidades para empresas e cidadãos brasileiros, ao mesmo tempo em que fortalece a inserção do bloco na economia internacional.
Com a conclusão do acordo, produtos brasileiros terão acesso em livre comércio a quase 99% do valor exportado aos mercados da EFTA, que, somados, representam cerca de 290 milhões de consumidores e um PIB superior a US$ 4,3 trilhões.
O acordo se soma ao entendimento fechado com a União Europeia e, juntos, garantem ao Mercosul acesso preferencial a praticamente toda a Europa, o que é visto como um passo importante em meio ao avanço do protecionismo e de medidas unilaterais no comércio global.
O texto negociado incorporou, a pedido do Brasil, salvaguardas para políticas públicas de acesso à saúde, desenvolvimento científico, tecnológico e atração de investimentos sustentáveis. Também incluiu cláusulas modernas sobre propriedade intelectual, compras governamentais, serviços e comércio sustentável, alinhando-se aos compromissos ambientais e sociais que ganham relevância nos acordos internacionais.
A expectativa é que o texto passe por revisão legal e seja divulgado em agosto de 2025, com assinatura prevista ainda neste ano.
Em 2024, o comércio de bens entre Brasil e EFTA somou US$ 7,2 bilhões, sendo US$ 3,1 bilhões em exportações e US$ 4,1 bilhões em importações. Os países da EFTA se destacam ainda pelo alto nível de renda per capita e pelo relevante histórico de investimentos no Brasil, incluindo a Suíça, 11º maior investidor estrangeiro no país, com um estoque de US$ 30,5 bilhões, e a Noruega, maior doadora do Fundo Amazônia, com R$ 3,4 bilhões em aportes.
Segundo o Itamaraty, a conclusão do acordo reforça a estratégia do Mercosul de ampliar mercados e diversificar destinos para seus produtos, elevando a corrente de comércio coberta por acordos de livre comércio de US$ 73 bilhões para mais de US$ 184 bilhões.
Com informações do Gov.br
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