No Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado nesta quinta-feira (5), o setor sucroenergético celebra os avanços do RenovaBio, política pública que transformou o Brasil em referência global na descarbonização da matriz energética. Desde o início da comercialização dos Créditos de Descarbonização (CBios), em junho de 2020, mais de 147,6 milhões de títulos foram aposentados, o que equivale ao volume de emissões evitadas de dióxido de carbono (CO₂) que exigiria o plantio de 1 bilhão de árvores nativas mantidas por 20 anos.
Com metas progressivas, certificação técnica e incentivos baseados em desempenho ambiental, o RenovaBio impulsionou não apenas a demanda por biocombustíveis, como também a eficiência nas unidades produtoras. Mais de 280 usinas já atualizaram seus dados, resultando em uma redução média de 4% na intensidade de carbono por unidade de energia desde a primeira certificação.
“O RenovaBio é a política que transforma resultado ambiental em desenvolvimento econômico. Descarbonizar é possível, desejável e competitivo. O Brasil tem neste programa um exemplo de governança climática para o mundo”, afirma Evandro Gussi, presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (UNICA).
A consolidação do RenovaBio é mais um capítulo de uma trajetória de longa data do setor na mitigação das mudanças climáticas. Desde o lançamento dos veículos flex, em 2003, o uso de etanol hidratado e a mistura obrigatória de etanol anidro na gasolina evitaram a emissão de mais de 730 milhões de toneladas de CO₂ equivalente — volume próximo às emissões anuais da Indonésia, oitava maior emissora do planeta.
As perspectivas para o futuro são ainda mais ambiciosas. Um estudo da FGV, encomendado pelo Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), aponta que, com a adoção intensiva de novas tecnologias, o setor pode mais do que dobrar sua contribuição climática até 2042, alcançando 178,6 milhões de toneladas de CO₂ evitadas por ano — aumento de 129% frente aos níveis atuais.
Segundo o levantamento, a intensidade de carbono do etanol pode cair de 22,2 para 18,5 gCO₂/MJ com o uso combinado de genética avançada, biotecnologia, manejo eficiente do solo e redução no uso de fertilizantes nitrogenados. A eficiência por área também deve avançar: de 9,09 para 20,82 toneladas de CO₂ evitadas por hectare.
“O estudo mostra que ciência e inovação são as novas fronteiras da sustentabilidade. Com tecnologia, podemos produzir mais energia limpa sem expandir a área agrícola”, destaca Luciano Rodrigues, diretor de Inteligência Setorial da UNICA.
Biocombustíveis como resposta à transição energética
Para o presidente da UNICA, o Brasil está pronto para liderar a transição energética global com soluções que já são realidade.
“Não precisamos escolher entre produzir alimentos, energia e proteger o meio ambiente. O setor de bioenergia faz tudo isso junto — com ganhos ambientais, sociais e econômicos”, resume Gussi.
Com informações da UNICA
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