O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) registrou um lucro líquido de R$ 5,6 bilhões no primeiro trimestre de 2025, alta de 7,3% em relação ao mesmo período do ano anterior. O resultado positivo é impulsionado por uma forte expansão da carteira de crédito, que atingiu R$ 594 bilhões, e pelo crescimento das aprovações em todos os setores da economia, com destaque para infraestrutura e micro, pequenas e médias empresas (MPMEs).
Segundo o banco, as aprovações de crédito somaram R$ 33,3 bilhões, um aumento de 35% frente ao primeiro trimestre de 2024 e de 158% na comparação com 2022. O segmento de infraestrutura liderou os desembolsos, com R$ 13,2 bilhões aprovados — o dobro do registrado no mesmo período do ano passado.
Entre os principais projetos estão o financiamento de R$ 7,3 bilhões para a EcoRioMinas (obras nas rodovias BR-116, BR-465 e BR-493 entre RJ e MG) e R$ 2,4 bilhões para a expansão da Linha 2-Verde do metrô de São Paulo. A agropecuária também teve aumento de 9%, com R$ 7,4 bilhões em crédito aprovados.
Apoio às MPMEs e reconstrução do RS
O apoio às MPMEs avançou significativamente. Foram R$ 34,7 bilhões em apoio total, incluindo R$ 13,2 bilhões em crédito e R$ 21,5 bilhões em garantias via fundos garantidores. Em comparação com o primeiro trimestre de 2024, houve aumento de 87,7%.
Outra frente importante de atuação foi o apoio emergencial ao Rio Grande do Sul, fortemente atingido por eventos climáticos extremos. O BNDES aprovou R$ 28 bilhões para o estado, com destaque para R$ 20 bilhões em linha emergencial de crédito. Ao todo, foram realizadas 8 mil operações de crédito, 5 mil garantias e suspensos os pagamentos de 73 mil contratos.
A inadimplência do banco segue extremamente baixa: 0,001% em atrasos superiores a 90 dias, muito abaixo da média do Sistema Financeiro Nacional (3,22%). O patrimônio líquido atingiu R$ 168,2 bilhões, alta de R$ 9,8 bilhões sobre dezembro de 2024. Já o índice de Basileia fechou em 28,6%, acima do mínimo regulatório (10,5%).
A carteira de participações societárias também se valorizou, somando R$ 87,6 bilhões, puxada pelo desempenho de empresas como JBS, Petrobras, Eletrobras e Copel.
Captação e fontes de recursos
O BNDES captou R$ 4,4 bilhões em Letras de Crédito do Desenvolvimento (LCDs) no trimestre, com saldo total de R$ 18,9 bilhões em 31 de março. Os passivos com captação externa somaram R$ 35 bilhões, com destaque para operações com o China Development Bank (R$ 2,7 bilhões) e a Agência Francesa de Desenvolvimento (R$ 421 milhões).
O Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) segue como principal fonte de recursos, com saldo de R$ 451 bilhões, representando 55,2% dos passivos onerosos da instituição.
“O lucro cresceu, as operações se diversificaram e o banco segue firme como vetor do desenvolvimento sustentável”, afirmou o presidente Aloizio Mercadante, destacando que o BNDES está cada vez mais voltado à democratização do crédito e à reconstrução econômica de regiões em crise.
Segundo o banco, 75,4% das operações aprovadas no trimestre foram a custos de mercado, com apenas 21,6% com recursos incentivados, sendo 18,5% do total referentes ao Plano Safra.
O BNDES reafirma sua missão de ser um agente estratégico de fomento ao investimento produtivo, inovação, transição ecológica e redução de desigualdades.
Com informações do BNDES
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