O mercado mundial de café registrou volatilidade significativa em abril de 2025, com o Preço Indicativo Composto da OIC (PIC-O) recuando 3,5% em relação a março, fechando o mês a 335,76 centavos de dólar por libra-peso. Apesar da retração, o índice segue 54,8% acima do valor observado em abril de 2024, apontando para uma trajetória de longo prazo ainda favorável. Os dados constam do relatório mensal da Organização Internacional do Café (OIC).
A queda no mês foi impulsionada por incertezas geopolíticas, especialmente após o anúncio de tarifas comerciais pelos EUA no início do mês, que provocaram uma queda imediata nos preços. A reversão parcial da medida, no entanto, favoreceu a recuperação do mercado.
Desempenho por tipo de café
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Naturais Brasileiros: recuo de 3,6%, fechando a 378,27 centavos de dólar/libra-peso.
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Suaves Colombianos: queda de 2,7%, com média de 394,14 centavos de dólar/libra-peso.
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Outros Suaves: baixa de 2,8%, com 392,84 centavos de dólar/libra-peso.
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Robustas: retração mais acentuada, de 4,4%, com 246,39 centavos de dólar/libra-peso.
A volatilidade intradiária dos preços diminuiu em quase todos os grupos, com exceção dos Robustas, cuja oscilação aumentou 2,5 pontos percentuais. Os estoques certificados refletem essa dinâmica: os de Arábica aumentaram 6,4%, enquanto os de Robusta caíram 3,1%.
Exportações: desempenho misto entre regiões
Em março de 2025, o volume global exportado de café verde caiu 0,9% frente ao mesmo mês de 2024. As exportações de Naturais Brasileiros recuaram 2,4%, refletindo queda nas remessas do Brasil (-9,4%). Já os Suaves Colombianos cresceram 25,3%, com destaque para a Colômbia.
Exportações por região (todas as formas de café):
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América do Sul: queda de 15,9%, puxada pela desaceleração do Brasil.
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África: crescimento expressivo de 36,3%, com destaque para Etiópia e Uganda.
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Ásia e Oceania: aumento de 6,1%, impulsionado pela Indonésia.
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México e América Central: alta de 15,3%, após anos de retração.
No total, as exportações globais em março somaram 13 milhões de sacas, um aumento de 0,6% sobre março de 2024.
Formas de café: solúvel e torrado em alta
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Café solúvel: aumento de 15,6% nas exportações, chegando a 1,28 milhão de sacas.
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Café torrado: crescimento ainda maior, de 27,3%, totalizando 82.684 sacas.
O Brasil manteve a liderança nas exportações de café solúvel, com 330 mil sacas enviadas.
Perspectivas e fundamentos
Apesar da pressão de curto prazo nos preços, o relatório destaca fatores de alta relevantes, como:
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Impactos climáticos no Brasil (altas temperaturas e chuvas abaixo da média);
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Expectativa de crescimento da demanda global com queda na inflação;
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Estrutura de mercado com baixa elasticidade na demanda por café;
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Diferenciais positivos nos preços dos Arábicas.
A OIC também observa sinais de recuperação da demanda global, em meio à desaceleração dos preços e à estabilidade econômica em mercados consumidores.
Com informações da Embrapa
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