O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) lançou nesta quarta-feira (28) o Anuário da Cachaça 2025, documento que consolida dados estatísticos sobre o setor, incluindo registros de estabelecimentos, produtos, exportações e geração de empregos em 2024. O material, elaborado pela Secretaria de Defesa Agropecuária, revela o fortalecimento da cadeia produtiva da cachaça no país, apesar dos desafios enfrentados pelos produtores.
Segundo o anuário, o número de estabelecimentos elaboradores da bebida cresceu 4% em 2024, totalizando 1.266 cachaçarias registradas, 49 a mais do que em 2023. É o terceiro ano consecutivo de expansão do setor, com Minas Gerais liderando o ranking nacional, com 501 estabelecimentos, seguido por São Paulo (179), Espírito Santo (81) e Santa Catarina (73). O destaque em crescimento percentual ficou com o Ceará, que passou de 34 para 47 estabelecimentos, alta de 38,2%.
A região Sudeste concentra mais de 800 cachaçarias, mantendo a liderança nacional, seguida pelas regiões Nordeste (189) e Sul (183).
“O crescimento no número de cachaças registradas mostra como o setor está cada vez mais forte e presente em todo o Brasil. É um reflexo do talento dos nossos produtores e do trabalho do Ministério para apoiar quem faz da cachaça um verdadeiro símbolo nacional”, afirmou o secretário de Defesa Agropecuária, Carlos Goulart.
Mais produtos e mais empregos
O número de produtos registrados também cresceu significativamente: 20,4% em relação ao ano anterior, alcançando 7.223 rótulos de cachaça registrados no Mapa. Minas Gerais também lidera nesse quesito, com 2.492 produtos, equivalente a 34,5% do total nacional. A média brasileira é de 5,7 produtos por estabelecimento.
Na geração de empregos, o setor de fabricação de aguardente de cana-de-açúcar respondeu por 6.363 empregos diretos, o equivalente a 4,5% do total da atividade de fabricação de bebidas no país. A região Sudeste se destacou mais uma vez, com 2.954 postos de trabalho, representando 46,4% do total do segmento.
Para Carlos Lima, presidente do Instituto Brasileiro da Cachaça (IBRAC), os dados são positivos, mas ainda tímidos diante do potencial do setor. “São dados extremamente animadores pelo crescimento tanto no número de estabelecimentos quanto de registros de produto. No entanto, estão aquém do que representa a cachaça, uma bebida genuinamente brasileira, que enfrenta barreiras que limitam seu desenvolvimento”, avaliou.
Produção cresceu quase 30%
O volume de produção declarado pelos produtores em 2024 chegou a mais de 292 milhões de litros de cachaça, alta de 29,58% em relação ao ano anterior. O Sudeste respondeu por 59% desse volume, com mais de 172 milhões de litros.
A maior variação de crescimento, no entanto, veio da região Sul, que registrou um salto de 300,57% na produção, somando mais de 58 milhões de litros em 2024.
Os dados de produção são baseados em informações declaradas pelos próprios produtores ao sistema do Mapa e, segundo o ministério, devem ser interpretados como indicativos, uma vez que ainda há baixa adesão de parte do setor ao registro oficial. A expectativa é de que os números se tornem mais precisos à medida que a participação dos produtores no sistema aumente.
Com informações do Mapa
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