Com o protagonismo da comunidade Terena de Aquidauana (MS), o projeto Semeando o Futuro deu início ao plantio de mudas na aldeia Limão Verde, em uma ação que vai muito além do reflorestamento. A iniciativa, liderada pelo Governo de Mato Grosso do Sul e pela Semadesc, com apoio técnico da Agraer e outras instituições, aposta na integração entre sustentabilidade ambiental, cultura tradicional e segurança alimentar.
“Estamos plantando as sementes do nosso futuro, com as mãos dos nossos jovens, com o saber dos nossos mais velhos”, resume o cacique Ademilson Souza. Para ele, a ação representa uma forma de autonomia e valorização cultural: “Isso aqui é mais que reflorestamento, é nossa forma de proteger a terra, garantir o alimento e ensinar nossos filhos o valor da nossa cultura e da natureza”.
O projeto contempla três pilares: a preservação da biodiversidade, o fortalecimento da cultura Terena e a promoção da segurança alimentar. Para isso, a comunidade realiza a coleta e o uso de sementes nativas como baru, jatobá, pequi, ingá e jenipapo. O plantio, por sua vez, adota um sistema agroflorestal que intercala árvores nativas com cultivos de subsistência, como banana, mandioca, café, guavira, hortaliças, mamão e pastagem.
“A proposta nasceu do desejo de unir ciência, tradição e sustentabilidade”, explica Ariadne Gonçalves, coordenadora do projeto e gestora da BR Garden. “Esse projeto não é apenas sobre plantar árvores, mas sobre cultivar o futuro de um território com raízes profundas”.
Além do plantio, o projeto prevê a criação de viveiros comunitários, capacitação de coletores de sementes e a geração de renda com a venda de sementes nativas. A comunidade escolar da aldeia também está envolvida e vai representar a região na Olimpíada Brasileira de Restauração de Ecossistemas com um projeto prático de recuperação ambiental.
As primeiras mudas foram fornecidas por meio de parcerias: o viveiro BR Gardens cedeu espécies nativas, café e mamão; a Agraer disponibilizou mudas de banana, guavira e hortaliças; e a própria comunidade contribuiu com ramas de mandioca.
Com apoio da UCDB, da UEMS e financiamento da Fundect, o Semeando o Futuro se apresenta como modelo de ação integrada, em que o reflorestamento é ferramenta para empoderamento social, proteção do território e transmissão de saberes ancestrais.
“Nosso objetivo é transformar a relação com a terra em um processo de fortalecimento da identidade e da autonomia dos povos indígenas”, conclui Ariadne.
Com informações do Gov. do MS
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