A confirmação do primeiro foco de gripe aviária em granja comercial no Brasil tem gerado apreensão entre os agentes das cadeias produtivas de carnes e grãos. Apesar da gravidade sanitária, os impactos econômicos imediatos ainda são limitados, segundo apontam dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).
De 15 a 20 de maio, o frango resfriado no atacado da Grande São Paulo recuou 1%, uma variação considerada tímida e associada ao enfraquecimento típico da demanda na segunda quinzena do mês. O Cepea ressalta que, até o momento, o mercado interno da carne de frango não apresenta desequilíbrios expressivos de oferta.
No entanto, a situação inspira atenção. A ampliação de restrições por parte de países importadores — especialmente após a suspensão total ou parcial das exportações brasileiras por diversas nações — pode levar a um aumento da disponibilidade interna da proteína, pressionando preços e margens em toda a cadeia. Tal movimento já se reflete na postura cautelosa dos frigoríficos e atacadistas, inclusive em mercados paralelos.
No setor de suínos, a tendência de baixa se manteve estável. O preço da carcaça especial suína caiu 0,5% entre a quinta-feira (16) e a terça (21), seguindo o ritmo de queda observado desde a semana anterior. No caso da carne bovina, o recuo foi mais intenso: a carcaça casada bovina registrou queda de 3,7% no atacado da Grande São Paulo no mesmo período.
Segundo analistas do Cepea, a maior desvalorização na bovinocultura pode indicar uma antecipação do mercado às possíveis consequências de um aumento da oferta doméstica de carne de frango. Frigoríficos bovinos estariam pressionando os preços nas negociações de novos lotes de animais, enquanto cortes bovinos também registram perdas relevantes, refletindo vendas fracas neste início de segunda quinzena de maio.
Ainda que a oferta de frango siga sob controle no curtíssimo prazo, os agentes do mercado monitoram com atenção os desdobramentos da gripe aviária nas exportações brasileiras e no comportamento do consumidor, que tende a reagir com cautela diante de crises sanitárias, mesmo quando não há risco relacionado ao consumo dos produtos.
Com a instalação de um vazio sanitário de 28 dias na granja foco da doença no Rio Grande do Sul e ações rigorosas de contenção, o governo federal busca garantir a confiança internacional no sistema sanitário brasileiro e minimizar os efeitos econômicos no setor avícola, um dos principais pilares da balança comercial do agronegócio.
Com informações da FPA
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