A Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul) publicou uma nota oficial nesta segunda-feira (20) expressando profunda insatisfação com a ausência de medidas efetivas por parte do governo federal frente à crise climática que devastou o setor agropecuário gaúcho. Segundo a entidade, os impactos das enchentes configuram uma tragédia econômica sem precedentes e estão agravando o endividamento dos produtores rurais do estado.
A nota, assinada pelo presidente da Farsul, Gedeão Pereira, denuncia a demora na publicação de um voto pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) que autorize as instituições financeiras a executarem prorrogações de dívidas previstas no Manual do Crédito Rural. A federação considera inaceitável a inércia, especialmente num momento crítico, em que vencimentos de custeio, investimentos e parcelas de renegociações estão em curso.
“A premeditada falta de ação tem gerado um verdadeiro caos”, afirma o texto, alertando que a consequência imediata será a inadimplência em massa de milhares de produtores rurais.
Muitos, segundo a Farsul, estão sendo forçados a buscar linhas de crédito emergenciais com juros de até 3% ao mês — cenário que compromete a capacidade de recuperação da produção gaúcha.
A federação também critica a estagnação nas tratativas sobre a criação de uma linha de crédito a partir do Fundo Social do Pré-sal, proposta há semanas como solução para socorrer produtores com dívidas oriundas de recursos livres.
“O remédio, se chegar, de novo será pequeno, restrito e atrasado”, afirma o presidente da entidade, aludindo a uma falta de coerência entre discursos oficiais e a real execução de políticas públicas.
A Farsul já havia alertado o governo federal sobre a magnitude das perdas e o caráter estrutural da crise. Mesmo assim, avalia que nenhuma medida concreta foi tomada até agora para mitigar os danos, o que amplia o fosso econômico entre o Rio Grande do Sul e os demais estados produtores.
A nota encerra com um apelo à responsabilidade institucional.
“Estamos diante de um colapso econômico no campo e o governo federal tem pleno conhecimento disso. A omissão não é mais aceitável.”
Com informações da Farsul
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