Em um passo decisivo para consolidar o cacau como vetor de sustentabilidade e desenvolvimento rural, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac) e o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) realizaram, nesta terça-feira (14), em Brasília, o Seminário de Encerramento e Validação do Projeto Cacau Brasil Agrofloresta. A iniciativa aposta em sistemas agroflorestais como solução para reduzir emissões de carbono, recuperar áreas degradadas e impulsionar a renda de pequenos produtores.
A proposta integra práticas de adaptação e mitigação climática em cultivos de cacau nos biomas Amazônia e Mata Atlântica, envolvendo diretamente cerca de 70 mil agricultores familiares nas regiões da Transamazônica (PA) e do sul da Bahia (BA). O projeto é financiado pelo Green Climate Fund (GCF), fundo global voltado ao enfrentamento das mudanças climáticas.
“O projeto representa uma estratégia fundamental para a retomada e valorização da cadeia do cacau brasileiro, promovendo renda, conservação ambiental e protagonismo internacional do setor”, afirmou Pedro Neto, secretário de Inovação, Desenvolvimento Sustentável, Irrigação e Cooperativismo do Mapa.
Sustentabilidade e geração de renda no campo
Entre os destaques da proposta estão a recuperação produtiva de áreas degradadas por meio de sistemas agroflorestais com cacau, o fortalecimento de políticas públicas e a capacitação de agentes locais para gestão de carbono e boas práticas agrícolas. Além do impacto ambiental direto, com potencial de evitar a emissão de 5,2 milhões de toneladas de CO₂ equivalente, o projeto busca ampliar o acesso a mercados sustentáveis, incluindo crédito rural e políticas de compras públicas.
“A estratégia é transformar o solo em sumidouro de carbono ao mesmo tempo em que promovemos renda e segurança alimentar no campo. O cacau cultivado sob floresta, que respeita os ciclos naturais, ganha espaço como símbolo de sustentabilidade brasileira”, destacou o coordenador de operações do IICA Brasil, Christian Fischer.
Agrofloresta como caminho para o futuro
Fruto de pesquisas desenvolvidas pela Ceplac, os sistemas agroflorestais com cacau combinam o cultivo do fruto com espécies florestais e frutíferas nativas, adaptadas às condições tropicais. O modelo, segundo o diretor da Ceplac, Paulo Marrocos, é reconhecido como alternativa sustentável ao desmatamento, favorecendo a regeneração do solo e da biodiversidade em regiões antes exploradas de forma predatória.
Para a produtora baiana Cleide Andrade, o projeto tem potencial transformador: “Ele traz uma nova consciência produtiva para os cacauicultores, com qualidade, valor agregado e respeito ao meio ambiente. Vai marcar uma nova era para o nosso setor”.
O seminário de encerramento serviu também como etapa de validação metodológica e troca de experiências entre produtores, instituições públicas e organizações da sociedade civil. A expectativa é de que o Cacau Brasil Agrofloresta se torne modelo para outras culturas tropicais de importância social e econômica, como açaí, guaraná, castanha e cupuaçu.
Cacau com valor ambiental
Com produção concentrada nos biomas Amazônia e Mata Atlântica, o cacau brasileiro é cada vez mais valorizado em mercados internacionais que exigem rastreabilidade ambiental e compromissos socioeconômicos. A aliança entre produtividade e preservação, central no projeto Cacau Brasil Agrofloresta, fortalece a posição do Brasil como fornecedor de alimentos sustentáveis, alinhado às metas climáticas globais.
Além da recuperação ambiental e geração de renda, o projeto busca abrir portas para novos mercados de carbono, criando instrumentos para remunerar o produtor rural por serviços ambientais e integrá-lo a uma economia verde em expansão.
Com informações do Mapa
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