Durante a visita oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China, Brasil e China firmaram nesta terça-feira (13) um memorando de entendimento que estabelece uma nova base de cooperação estratégica voltada à restauração vegetal e à promoção de sumidouros de carbono. O acordo foi assinado pela ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, e pelo presidente da Administração Nacional de Florestas e Pastagens da China (NFGA), Liu Guohon, em cerimônia com a presença dos presidentes Lula e Xi Jinping.
A iniciativa fortalece a parceria bilateral em áreas cruciais para o enfrentamento das mudanças climáticas e sinaliza novas oportunidades para o agronegócio brasileiro no contexto da sustentabilidade, com reflexos positivos para produtores rurais que investem em práticas de recuperação de áreas degradadas e agricultura de baixo carbono.
Meta brasileira de restaurar 12 milhões de hectares até 2030
Com foco na recuperação de florestas, pastagens e áreas úmidas, o acordo apoia o Brasil no cumprimento da meta de restaurar 12 milhões de hectares de terras degradadas até 2030, conforme previsto no Plano Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa (Planaveg) e na Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) do país no Acordo de Paris.
“A partir do memorando, os países compartilharão experiências e tecnologias e aprofundarão a cooperação para avançar na restauração vegetal. Dessa forma, darão contribuição importante para combater a mudança do clima e promover o desenvolvimento sustentável a nível global”, afirmou Marina Silva durante a cerimônia.
Cooperação técnica e transferência de tecnologia
O memorando prevê transferência de tecnologia, intercâmbio de especialistas, seminários, capacitações e pesquisas colaborativas, com o objetivo de criar soluções replicáveis em larga escala. O Brasil poderá se beneficiar diretamente das experiências chinesas com programas como a “Grande Muralha Verde” e o “Grão por Verde”, grandes projetos de reflorestamento desenvolvidos pela China nas últimas décadas.
Em contrapartida, a China poderá acessar a expertise brasileira em sistemas agroflorestais de base nativa, amplamente utilizados por agricultores familiares e populações tradicionais na recuperação produtiva e ecológica de áreas degradadas.
Sustentabilidade como pilar do agro
A cooperação também abre novas frentes para produtores rurais brasileiros que adotam práticas sustentáveis, especialmente no contexto dos mercados globais que exigem rastreabilidade ambiental. A medição de sumidouros de carbono, por exemplo, pode contribuir para inserir os produtores brasileiros em programas de créditos de carbono e aumentar o valor agregado de produtos agropecuários.
As ações acordadas incluem ainda o uso sustentável de florestas e vegetação para apoiar comunidades tradicionais, desenvolvimento de alternativas ao plástico de base fóssil, promoção de produtos florestais madeireiros e não madeireiros e metodologias para monitoramento de vegetação e solos.
Encontro de agendas globais
O acordo ocorre às vésperas da COP30, que será realizada no Brasil, em Belém (PA), em 2025, e fortalece o protagonismo brasileiro nas negociações ambientais multilaterais. Também marca uma ampliação importante da parceria sino-brasileira em temas como segurança alimentar, energética e climática, áreas em que ambos os países buscam liderar globalmente.
Com informações do Planalto
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